Investigado pela Polícia Federal por ter concedido habeas corpus ao narcotraficante Gerson Palermo, condenado a 126 anos de prisão, o desembargador Divoncir Schreiner Maran, não tem do que reclamar de salário. Em 2023, ele recebeu R$ 1,572 milhão em salários e gratificações, conforme o Portal da Transparência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
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Maran, a esposa e os filhos advogados foram alvos da Operação Tiradentes, autorizada pela ministra Maria Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça. A PF investiga o magistrado e familiares pelos crimes de corrupção passiva e ocultação de patrimônio.
No dia 21 de abril de 2020, o ex-presidente do Tribunal de Justiça concedeu prisão domiciliar para Palermo sem ouvir o Ministério Público Estadual, sem esperar o juiz de primeira instância analisar o pedido e sem exigir exames médicos para comprovar a gravidade das comorbidades do integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Em casa, Gerson Palermo rompeu a tornozeleira e fugiu. Até hoje o bandido não foi encontrado pelos órgãos de segurança pública.
De acordo com o Portal da Transparência, Divoncir Schreiner Maran recebeu R$ 1,059 milhão em salários e mais R$ 513,2 mil de adicional por tempo de serviço. A média salarial do desembargador no ano passado foi de R$$ 131.060 por mês – o equivalente a 99 salários mínimos.
Isso significa que o desembargador ganhou por mês o que um trabalhador brasileiro levaria para ganhar em oito anos.