Um ano e um mês após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de operação da Polícia Federal em investigação sobre organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do estado democrático de direito.
Como tem ocorrido nestas ocasiões, parlamentares bolsonaristas apelam para a tese de que há perseguição contra o ex-presidente da República e autoritarismo do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do Supremo Tribunal Federal. Do lado governista, as manifestações focaram no cerco se fechando contra Bolsonaro.
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“Há alguns dias foi após uma grande live, hoje, após uma grande manifestação. Já passou da hora do Congresso Nacional dar um basta nessas perseguições escancaradas. Minha solidariedade ao presidente Bolsonaro. Josué 1:9!”, declarou o deputado federal Rodolfo Nogueira, nesta quinta-feira (8).
O Gordinho do Bolsonaro, como Rodolfo também é conhecido, recorreu ao ‘fantasma do socialismo’ que estaria sendo implantado no País e citou uma fala do guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho. “Ou se prende os comunistas pelos crimes que eles cometeram, ou eles, fortalecidos, irão nos prender por crimes que não cometemos”.
Há alguns dias foi após uma grande live, hoje, após uma grande manifestação. Já passou da hora do Congresso Nacional dar um basta nessas perseguições escancaradas.
— Rodolfo Nogueira (@rodolfoms) February 8, 2024
Minha solidariedade ao presidente Bolsonaro. Josué 1:9! 👊🏻🙏🏻 pic.twitter.com/ZsTWFez5X8
O deputado federal Marcos Pollon (PL) compartilhou publicação que alerta para que estão “esticando a corda”.
“Tô falando que vai dar merda qualquer hora estão esticando a corda, caçando pelo em ovo, inventando inquéritos intermináveis que já perduram a 5 anos isso é perseguição DESCARADA e estão todos vendo !!!!!”, divulgou o presidente regional do PL.
A deputada federal Camila Jara (PT) ironizou no início desta quinta que amanheceu com a Operação Tempus Veritatis, da PF. “Bom dia e Grande dia”, cumprimentou a petista. Em seguida, compartilhou informações sobre as investigações contra o ex-presidente que saíram na imprensa.
Bom dia e Grande dia 👍🏻
— Camila Jara (@camilajarams) February 8, 2024
O deputado estadual Pedro Kemp (PT) destacou que o cerco se fecha contra Jair Bolsonaro na apuração sobre a tentativa de golpe de Estado.
Durante a sessão desta quinta-feira da Assembleia Legislativa, Kemp enalteceu o trabalho da Polícia Federal e finalizou seu pronunciamento celebrando a eliminação da tentativa de golpe. “O Judiciário está fazendo a sua parte. A PF agindo para que todos sejam punidos. Salve a PF! Ditadura Nunca Mais!”, discursou.
Operação Tempus Veritatis
A Operação Tempus Veritatis tem, como alvo, diversos militares que integraram o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Deflagrada nesta quinta-feira (8) pela Polícia Federal (PF), a operação investiga a existência de suposta organização criminosa que teria atuado numa tentativa de golpe de Estado.
Entre os investigados estão o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o ex-ministro da Casa Civil general Walter Souza Braga Netto e o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
A operação é deflagrada após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro o tenente-coronel Mauro Cid ter fechado acordo de colaboração premiada com investigadores da PF. O acordo foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e já recebeu a homologação do STF.
De acordo com a PF, o grupo atuou para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
Bolsonaro é um dos alvos e tem 24 horas para entregar o passaporte. O objetivo é evitar a fuga do ex-presidente. O mandado contra Bolsonaro foi cumprido em sua casa em Angra dos Reis (RJ).
A investigação que mira os ex-integrantes da gestão Bolsonaro também cumpriu mandados de busca e apreensão em Campo Grande, entre os alvos está o major do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros. Conforme a Polícia Federal, ele integra o “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral”.
Medeiros é acusado de integrar o grupo que tinha a função de produzir, divulgar e amplificar notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações, das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o Golpe de Estado.