A deputada federal Camila Jara (PT) desafiou o deputado estadual Zeca do PT, que defendeu a retirada da sua candidatura a prefeita da Capital e apoio à superintendente da Sudeco, Roseo Modesto (União Brasil). Em nota para rebater o ex-governador, a petista reafirmou que disputará a prefeitura de Campo Grande e destacou o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A esperança por uma Campo Grande mais justa e menos desigual é ansiada e apoiada pela militância orgânica do PT, pelos diretórios municipal e estadual, pela Juventude Nacional do PT, pelos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Márcio Macêdo (chefe da secretária geral da presidência) e Fernando Haddad (ministro da Fazenda) e pelo próprio presidente Lula, que apostam na renovação com qualidade ideológica, postura de diálogo e renovação”, destacou.
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Deputado federal, vereador da Capital e governador do Estado por dois mandatos, Zeca do PT defendeu a retirada da candidatura de Camila e o apoio a Rose, com a indicação de um vice petista, no caso, o deputado estadual Pedro Kemp (PT).
O ex-governador desistiu da candidatura no ano passado ao não ser consenso no PT para disputar a prefeitura. Em 1996, Zeca perdeu no segundo turno por fatídicos 411 votos para André Puccinelli (MDB). Ele se consagrou como principal liderança do PT e a maior estrela da sigla no Estado.
No entanto, Zeca do PT não tem sido fiel ao partido. Na campanha para o Governo em 2022, ele abandonou a campanha da advogada Giselle Marques (PT) ainda no primeiro turno e foi gravado pedindo voto para o atual governador, Eduardo Riedel (PSDB).
No ano passado, o deputado estadual fez elogios e defendeu uma homenagem ao ex-presidente Michel Temer (MDB), acusado até por Lula de ter dado um golpe em Dilma Rousseff (PT). Ele ainda detonou os índios pela invasão de propriedades rurais após a fazenda de um amigo ser ocupada em Rio Brilhante.
Agora, Zeca usou o discurso de Lula, de que o PT não deveria se guiar pelo identitarismo e apoiar lideranças políticas com chance de vencer a disputa com os aliados de Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar citou o sobrinho, Vander Loubet (PT), que cogitou lançar Rose no lugar de Camila.
“(Camila) é um grande quadro, mas devemos sintonizar com discurso do presidente Lula para ampliar bancadas de vereadores, prefeitos e vices. É oportuno que o PT, com tranquilidade e respeito, torne possível uma aliança melhor. E a aliança melhor é o nome da Rose Modesto”, defendeu Zeca, conforme o Midiamax.
Só que ao contrário de Giselle, que não reagiu na época a traição do ex-governador, Camila decidiu falar grosso. “As principais lideranças do campo progressista entendem que é a hora do PT disputar o imaginário social do povo de Campo Grande e oferecer um projeto político capaz de ampliar as transformações sociais promovidas pelo Governo Federal. Está na hora de virar a mesa do poder!”, afirmou Camila Jara.
“No final de 2023, Camila Jara, que atualmente está no segundo ano do primeiro mandato como deputada federal, colocou seu nome à disposição do Partido por entender que é urgente e necessário pautar um novo modelo de administração, criar uma nova perspectiva para Campo Grande e inspirar um novo jeito de fazer política”, destacou, na nota.
“A pré-candidata defende que qualquer projeto que passe pela disputa majoritária tenha consenso para ser construído coletivamente e pensado para suprir as carências e os anseios da população. O PT tem, desde a sua fundação, a unificação em torno de um projeto que contemple as diversas vozes que compõem o espírito do partido. Esse espírito deve nortear as decisões das lideranças em todas as esferas”, pontuou.
E no encerramento da nota, a deputada petista cutucou o ex-governador. “A renovação da esquerda regional tem a capacidade de dar esperança de um futuro melhor para a população de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul”, frisou.
Além de Camila, a disputa pela prefeitura já está conta com os pré-candidatos Adriane Lopes (PP), que disputará a reeleição, o deputado federal Beto Pereira (PSDB), o ex-governador André Puccinelli (MDB), os deputados estaduais Lucas de Lima (PDT) e Pedro Pedrossian Neto (PSD) e o vereador Professor André Luís (Rede).