O médico João Pedro da Silva Miranda Jorge, 29 anos, vai a julgamento no próximo mês de março por provocar um acidente de trânsito em que dirigia embriagado no cruzamento entre a rua Doutor Paulo Machado e a avenida Arquiteto Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande, em junho de 2023.
Em 2021, João Pedro foi condenado por homicídio e lesão culposos pela morte da advogada Carolina Albuquerque Machado, 24 anos, na véspera do Dia de Finados, em 2017. Inicialmente, a sentença foi de dois anos e oito meses de detenção, porém, o Tribunal de Justiça aumentou a pena para quatro anos e fixou o pagamento de R$ 50 mil em indenização.
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No ano passado, a menos de 100 metros do acidente fatal que vitimou a advogada, o médico atingiu a lateral de um veículo com sua caminhonete Amarok.
Com a batida, a condutora do veículo atingido, uma mulher de 28 anos, sofreu lesões e foi socorrida encaminhada para a Santa Casa. Ela recebeu alta horas após o acidente.
Segundo o boletim de ocorrência, João Pedro estava com os olhos vermelhos e cheirava a bebida alcoólica, mas se negou a fazer o teste do bafômetro. O médico foi preso em flagrante por dirigir bêbado, sendo solto um mês depois após pagar fiança de R$ 44 mil.
Em 12 de janeiro de 2024, foi publicado no Diário Oficial do TJMS o despacho do juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, em que rejeita a absolvição sumária do réu e marca a audiência de instrução e julgamento para as 14h do próximo dia 4 de março.
João Pedro optou por rebater as acusações no decorrer da instrução e nas alegações finais.
Reincidente
Em novembro de 2017, em trecho próximo, na Avenida Afonso Pena, João Pedro provocou acidente que terminou com a morte da advogada Carolina Albuquerque Machado e o filho dela de 3 anos gravemente ferido. O médico fugiu do local do acidente e se apresentou à polícia três dias depois.
Por causa do impacto, a caminhonete capotou e o carro de mãe e filho parou a cerca de 100 metros de distância em um poste. Ela ia cruzar a avenida passando o sinal vermelho, segundo testemunhas. João estava na avenida Afonso Pena e atingiu o carro da advogada a 115 km/h.
Depois de um laudo detalhado e a análise de várias câmeras de segurança, a perícia constatou que Carolina furou o sinal naquela noite, mas se João Pedro não estivesse em alta velocidade, a colisão seria sem gravidade.
O médico chegou a ser preso, mas foi liberado depois de pagar R$ 50 mil de fiança. Ele foi condenado pela morte da advogada em 2021 à pena de dois anos e sete meses de prisão. Em 2023, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça ampliou a sentença para quatro anos e indenização de R$ 50 mil.