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    Choro, medo e vergonha, golpe milionário com venda de carros fez vítimas até em Santa Catarina

    Richelieu de CarloBy Richelieu de Carlo15/01/20247 Mins Read
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    Gerente comercial que teve prejuízo de R$ 580 mil diz que conheceu vítima de Xaxim (SC). (Foto: Divulgação/Prefeitura de Xaxim)

    Os golpes da suposta organização criminosa chefiada pelo empresário Diego Aparecido Francisco e sua família deixou um rastro de prejuízos, dívidas, vergonha e medo nas vítimas. Os casos surgem em Campo Grande, passam por Dourados e chegam até o interior de Santa Catarina.

    A trama segue o enredo revelado pela investigação da Polícia Civil. Um veículo é oferecido por valor abaixo do mercado, pequenos acordos são cumpridos para ganhar a confiança da vítima. Depois, negócios com valores altos são fechados, o empresário some com os carros e, no fim, o comprador fica sem o dinheiro e os bens comprados.

    Veja mais:

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    Empresário é suspeito de faturar R$ 6 milhões com golpes na venda de veículos em Dourados

    Distribuidora de suco e conta em nome de laranja foram usados em golpe de R$ 6 milhões

    Com a prisão de Diego Francisco, em dezembro do ano passado, e a repercussão do caso, uma vítima entrou em contato com a reportagem de O Jacaré para relatar sobre o golpe que sofreu e o prejuízo de R$ 580 mil.

    De início, se observa que os golpes de venda de carros não ficaram restritos a Dourados, onde Diego está preso, pois o gerente comercial de 35 anos que nos relatou sua história é de Campo Grande e afirma que conhece vítimas moradoras de cidades no interior de Santa Catarina.

    Como o gerente não contou sobre o prejuízo à família, pediu para não ser identificado. Questionado sobre o motivo, o receio de contar para a esposa a perda de mais de meio milhão de reais e o que a revelação poderia causar ao casamento. No entanto, diz que a parceira já desconfia de algo.

    Até o momento da entrevista, quinta-feira (11), o empresário não havia feito um boletim de ocorrência na polícia, mas garantiu que o faria nos próximos dias. Inclusive, faz questão de fazer a queixa em Dourados. 

    “Vou lá quarta ou quinta-feira. Como depositei esses cheques sem fundo nojentos, pedi as folhas do volta no banco e aí vou fazer a representação criminal contra ele lá no delegado de Dourados. Faço questão de fazer o BO lá em Dourados”, diz convicto. 

    Sobre como conheceu Diego Francisco, o gerente comercial conta que foi através de um amigo, que também acabou vítima do golpista e hoje tem vergonha e medo de expor sua situação, já que os golpistas usavam nome de autoridades para coagir os lesados a não prestarem queixa à polícia.

    “Um amigo meu falou assim, tem um rapaz ali na Mata do Jacinto [bairro de Campo Grande] que tem um distribuidor de suco, e ele consegue uns descontos bom em leilão para comprar carro. Eu falei, você já comprou? Ele disse, comprei cinco carros e já chegou dois. O preço é numa margem de 20% abaixo da tabela Fipe. Um negócio bem interessante”, relata o gerente.

    “Fui lá e conversei com o tal, me ofereceu uma Hilux. Tava lá, a caminhonete. Valia R$ 235 mil, paguei R$ 182 mil. Ele falou que o documento só sairia depois de 60 dias. Eu disse que não tinha problema”, explicou sobre a primeira negociação.

    O empresário afirma que o dinheiro foi depositado na conta de Izabel Ferreira, mãe de Diego. “Uma porcaria igual a ele”, dispara. 

    A segunda caminhonete negociada foi uma Volksvagem Amarok. O vendedor disse valer R$ 259 mil, o acordo foi fechado em R$ 170 mil. “Ele dizia estar precisando do dinheiro hoje porque comprou uma Porsche e precisava dar o arremate em um leilão”, justificou.

    Os negócios prosseguiram até o gerente comercial acumular cinco veículos. 

    “Comecei a apertar ele porque precisava dos documentos para vender. Como vou ficar com um monte de carro desse com dinheiro parado. Aí que veio para ele me dar o golpe”, explica a vítima.

    Diego, então, pediu os carros por dois dias, para realização de vistoria e dar baixa no gravame dos veículos, cadastro feito no Sistema Nacional de Trânsito (SNT) para apontar que o veículo está vinculado a algum contrato, como o de financiamento.

    “Eu confiei e entreguei os carros, né. Deixei lá no barracão”. Isso ocorreu entre setembro e final de outubro de 2023. O gerente comercial nunca mais veria os veículos novamente. 

    Diego Aparecido Francisco. (Foto: Reprodução)

    Na sequência, restou apenas cobrar onde estavam os carros, e recebia em resposta as mais diversas justificativas. “Ele disse que teve que mandar para outros lugares, para São Paulo. Aí já achei estranho”, diz a vítima. Só os carros custaram R$ 459 mil.

    Mesmo com o sumiço dos veículos, Diego pediu mais dinheiro para pagar documentação, R$ 50 mil. “Eu já com a piça no rabo, mandei o dinheiro para a conta dele. Sabe o que aconteceu? Nada”, conta.

    A justificativa final de Diego foi que os carros haviam sido apreendidos, por dívidas de imposto de renda com a Receita Federal. Mas ainda pediu prazo para a devolução do dinheiro, que ocorreu por meio de cheques sem fundo em nome de sua esposa. 

    No total, o prejuízo foi de R$ 580 mil, sendo que o golpista ainda pedia mais dinheiro.

    O gerente comercial diz que visitava o local da empresa usada no golpe e ouvia relatos de vítimas que vinham de outros lugares, como o interior de Santa Catarina.

    “Tinha gente de Chapecó, de Xaxim [SC], Dourados. Tinha gente até chorando. Uns tinham pagado caminhoneta, carro popular. Vendia carro locado como quitado. Aí a Localiza prendeu os carros. Ele lesou todo mundo”, relata o empresário.

    O amigo perdeu R$ 350 mil. “Um coitado que vende água mineral perdeu um T-cross no valor de R$ 112 mil”, acrescenta. “Todo mundo que entrou na onda daquele cara [Diego] saiu fudido. Ele roubou todo mundo que foi ali. Ele, o pai dele, e a mãe dele, tudo sabendo. Faz oito meses que estou vendo golpe em cima de golpe”, afirma.

    Empresa em nome da mãe de Diego vende suco, mas foi usada para dar golpes na venda de carros de luxo, segundo a Polícia Civil (Foto: Arquivo)

    Golpes milionário 

    Preso acusado de chefiar uma organização criminosa, o empresário Diego Aparecido Francisco é suspeito de aplicar uma série de golpes da venda de veículos. Conforme a investigação da Polícia Civil, ele faturou aproximadamente R$ 6 milhões com os crimes e foi alvo de mais de 40 boletins de ocorrência.

    Diego ganhou notoriedade ao ajudar o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (sem partido), a dar um golpe do falso leilão de um prédio comercial em um casal de evangélicos. As vítimas tiveram prejuízos de R$ 800 mil e ainda ficaram com a dívida junto ao Banco Safra.

    O Ministério Público Estadual deu parecer favorável aos pedidos feitos pela Polícia Civil, desde a prisão de Diego e os mandados de busca e apreensão e da quebra dos sigilos telefônicos e de dados do empresário e dos seus pais, Izabel Cristina Ferreira Francisco e Sérgio Francisco Filho. Um policial civil e um advogado de Itaporã também são investigados por integrar a organização criminosa.

    O juiz Deyvis Ecco, da 2ª Vara Criminal de Dourados, acatou os pedidos de prisão, de mandado de busca e apreensão e das quebras dos sigilos. O magistrado negou o pedido para apreender o telefone e realizar buscas na casa do advogado. O policial civil é investigado pela Corregedoria Geral da Polícia Civil.

    Além de dar o golpe, Diego usava o policial civil e o advogado para ameaçar as vítimas e impedir o registro do caso na polícia. De acordo com a investigação, ele usava até o nome de autoridades e políticos para impedir que o caso virasse boletim de ocorrência. Mesmo assim, ele tem 40 queixas de golpe.

    O Jacaré já tinha mostrado que Diego respondia a pelo menos nove ações judicias por golpes na venda de veículos. Ele recebia o dinheiro, mas não entregava os carros. A prisão preventiva, conforme os delegados, era fundamental para evitar a continuidade delitiva e por Diego o chefe da suposta organização criminosa.

    Ao rebater a matéria sobre as ações judicias, Diego chegou a admitir que não entregou os carros porque passou por dificuldades.

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