O empresário Diego Aparecido Francisco pode ter usado a empresa MS Negócios, distribuidora de suco, e contas bancárias em nome de um laranja para dar o golpe de aproximadamente R$ 6 milhões. Os dados constam da investigação conduzida pela Polícia Civil de Dourados e foram usados para decretar a prisão preventiva do parceiro do ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Antunes Olarte (sem partido).
Na petição encaminhada ao Poder Judiciário, os delegados Erasmo Bruno de Mello Cubas e Jônata Rafael Montenegro Venâncio de Moraes destacam que a empresa era usada como fachada para dar aspecto de idoneidade aos golpes.
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Diego dava os golpes com a venda de carros, inclusive de luxo, mas MS Negócios atua na distribuição de sucos. “A empresa não tem nenhuma vinculação com o ramo de veículos, sendo uma empresa de distribuição de sucos da marca ‘Jui Citrus’”, destacaram os delegados.
Em nome de Izabel Cristina Ferreira Francisco, a MS Negócios foi fundada há seis anos, em 7 de fevereiro de 2018 e possui capital social de R$ 1 milhão. Na placa da companhia, no Bairro Mata do Jacinto, na Capital, os empresários colocaram que a empresa foi fundada em 1996.
De acordo com a consulta ao cadastro, a empresa tem uma gama ilimitada de atividades, que incluem desde padaria até a construção de dutos, peixaria, hipermercado, etc.
Já os R$ 6 milhões transitaram pelas contas bancárias de um laranja. A.A. da S. revelou que abriu as contas no Bradesco, Sicredi, Nubank e Inter. Diego pegava o celular da vítima para realizar a movimentação das contas bancárias. Ele transferia o dinheiro para as contas da mãe, dele e de um outro personagem.
O homem contou que vendeu dois terrenos para o advogado de Itaporã, que é investigado como integrante da organização criminosa, por R$ 150 mil. Diego teria dito que ele seria o real proprietário dos imóveis. A. ainda disse que emprestou uma pistola .40 para o empresário, mas que não conseguiu mais recuperar a arma de fogo.
A Polícia Civil apontou que Diego comanda a organização criminosa integrada pela mãe, pelo pai, Sérgio Francisco Filho, por um advogado e um policial civil. O irmão do empresário, Diogo Francisco, foi preso na 3ª fase da Operação Successione, deflagrada pelo Gaeco para combater a exploração do jogo do bicho e uma organização criminosa supostamente chefiada pelo deputado estadual Neno Razuk (PL).