A Câmara Municipal de Campo Grande vai realizar uma sessão extraordinária nesta sexta-feira, a partir das 16h30, na última hora útil do ano e praticamente no início dos festejos de Ano Novo. Os vereadores vão votar sete projetos, que podem ser considerados “secretos” para a opinião pública, porque ainda não estão disponíveis no sistema de consulta do legislativo municipal.
O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), convocou a sessão extraordinária nesta quinta-feira (28). Oficialmente, os vereadores encerraram os trabalhos deste ano há nove dias, no último dia 19.
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Conforme o edital, publicado no Diário Oficial, o parlamento vai analisar um projeto de lei de autoria da Mesa Diretora que trata sobre as emendas impositivas. De acordo com o vereador Marcos Tabosa (PDT), a proposta é prorrogar o prazo para as emendas serem pagas pela prefeita Adriane Lopes (PP). O prazo vence no domingo e será prorrogado até abril ou maio.
Entre os projetos a serem votados no “afogadilho” e na surdina está o que mantém os incentivos para a JBS, líder mundial em processamento de proteína animal e controlada pelos polêmicos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Um dos projetos encaminhados por Adriane é o que dispões sobre o sistema de compartilhamento de bicicletas em vias e logradouros públicos. Há mais dois sobre incentivos fiscais, que serão concedidos para a Ponzan Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios e Parisi & Cia Ltda. Os incentivos são previstos no Prodes (Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social).
No edital, Carlão ressaltou que os vereadores não receberão jetons para interromperem as férias de verão e participarem da votação dos projetos no final da tarde desta sexta-feira.
O problema é que nenhum projeto está disponível no sistema de divulgação da Câmara Municipal. Aliás, a falta de transparência é antiga na Capital. A Mesa Diretora até tinha informado que tinha solucionado o problema e retomado a publicação dos projetos, mas, em meio a polêmica com os servidores, que temem perder direitos, o modus operandi de esconder projeto voltou a ser adotado por Carlão.