O ano de 2023 foi de luto na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. A morte repentina do deputado Amarildo Cruz (PT) deixou os parlamentares pesarosos mais uma vez, após as perdas de Cabo Almi (PT), em 2020, e Onevan de Matos (PSDB), em 2021, durante a pandemia de Covid-19.
O início de uma nova legislatura e o controle da pandemia, que vitimou mais de 708 mil brasileiros, traziam a expectativa de que o pior havia ficado para trás. Logo em março, porém, o clima de consternação atingiu os deputados estaduais quando após a sessão de terça-feira, dia 14, foram informados sobre a internação de Amarildo, com a doença sendo mantida em sigilo pela família.
Veja mais:
Em homenagem, estacionamento da Assembleia recebe o nome de Amarildo Cruz
“Caso atípico” e evolução rápida de doença intrigam médicos e amigos de Amarildo
Internado desde terça, Amarildo Cruz morre aos 60 anos após 3ª parada cardíaca
Em paralelo a situação de Amarildo, o deputado estadual Zeca do PT também passava por problemas de saúde. Nos dias 14 e 16 de março, o ex-governador foi submetido a angioplastias coronarianas para desobstrução das artérias do coração e colocação de stents. O petista se recuperou bem e, no início de abril, retornou aos trabalhos.
Já Amarildo, na quarta-feira (15), seu quadro de saúde se agravou, sendo acometido com a primeira parada cardiorrespiratória e precisou ser intubado. Logo começou a circular a informação de que a situação era irreversível. Na sexta-feira, 17 de março, o irmão do parlamentar divulgou a notícia que deixou corações “dilacerados”, o deputado havia perdido a vida.
Filiado ao PT desde 1984, Amarildo foi um dos fundadores do Sindicato dos Agentes Tributários de Mato Grosso do Sul (Sindifiscal/MS). Como coordenador geral tributário e financeiro da Secretaria de Fazenda na gestão de Zeca do PT, ele criou o Prático, atual Fácil.
Ele foi superintendente da Central de Compras do Estado e presidente da Agência Estadual de Habitação (Agehab) no mandato petista. Elegeu-se deputado estadual pele primeira vez em 2006 e se reelegeu em 2010 e 2014. Em 2018, ele ficou como suplente e assumiu a vaga de Almi em 2021. No ano passado, ele venceu mais uma eleição e estava no 5º mandato na Assembleia Legislativa.
Os dias seguintes à morte foram de homenagens a Amarildo Cruz. O governador Eduardo Riedel (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), ao lado de deputados estaduais, amigos e familiares, participaram do velório do deputado estadual.
No adeus ao petista, o chefe do Parque dos Poderes destacou que “vai fazer muita falta”.
Em nome dos deputados, Junior Mochi (MDB) relembrou do amigo. “Iniciei junto no Parlamento com ele. O Amarildo foi um extraordinário parlamentar, um cidadão combativo, mas sensato, equilibrado, que buscava o consenso”, disse durante a cerimônia, em 18 de março.
Em maio, o estacionamento destinado aos visitantes na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul recebeu o nome do deputado Amarildo Cruz.
“Em memória ao ex-Deputado Estadual Amarildo Cruz a área do estacionamento destinada aos visitantes, na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul (Alems), passa a denominar-se Deputado Amarildo Cruz”, diz a resolução de 24 de maio de 2023.
“Defensor do fortalecimento da classe dos servidores e do serviço público, era um estadista, lutando por diversas categorias. O ex-parlamentar foi um bravo representante de sua corrente partidária, sabia fazer a boa política, sempre priorizando o diálogo e o consenso. Atuava em defesa daqueles que mais precisavam, contando com uma invejável trajetória política no Estado”, justificou o deputado Zé Teixeira, autor da homenagem junto com Paulo Corrêa, ambos do PSDB.