O deputado estadual Neno Razuk (PL) classificou a Operação Sucessione, deflagrada pelo Gaeco para combater uma organização criminosa e o jogo do bicho, como “surpresa infeliz”. Em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa, ele negou qualquer ligação com a contravenção penal e de estar na disputa do mercado deixado pela família Name.
“Não tenho nada a temer, não sou criminoso”, garantiu o deputado, que teve uma pistola, telefones celulares e o tablet do filho apreendidos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
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“Mostrei que só tinha joguinho, mas infelizmente estava no mandado e levaram até o tablet. Também a minha pistola que tenho registro, porte, tenho tudo bonitinho e nada mais de relevante, somente isso mesmo. Não tinha nada, não pegaram um real”, afirmou o deputado bolsonarista, segundo o Campo Grande News.
“Acordei com essa surpresa feliz, assinada por um juiz de primeira instância, eu não sei qual a causa, qual razão, mas eu confio na Justiça”, ironizou Neno, sobre a Operação Sucessione, que apura a exploração do jogo do bicho na Capital por meio do uso da violência, com roubos de malotes e até ameaças para cambistas trocarem de grupo.
“Tenho certeza da minha inocência e tenho certeza que quando essa investigação tiver o seu desenrolar, vai ser mostrado que eu não tenho nenhum tipo de envolvimento. Não sei nem até agora o teor. Estou esperando meus advogados terem acesso para poder saber o que realmente está acontecendo”, afirmou.
“Não tenho nenhum cambista, nenhuma banca, não tem nada aqui, eu acho que estão querendo jogar isso nas minhas costas”, acusou. E insinuou que está sendo vítima de armação. “Eu não tenho nada com isso nada e realmente não querem procurar quem deveriam procurar”, disse.
Na entrevista, Neno Razuk defendeu a regulamentação da exploração do jogo do bicho no Brasil. O assunto é discutido há décadas no Congresso Nacional. “Estamos na iminência de ser legalizado o jogo. O governo vem trabalhando desde o governo Bolsonaro. O governo Lula também tem proposta na Câmara. Tem proposta no Senado… É uma maneira de o Estado arrecadar”, defendeu.
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária e de 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande e Ponta Porã.
“O trabalho investigativo do GAECO, que contou com a colaboração do GARRAS, revelou a atuação de uma organização criminosa responsável por diversos roubos praticados mediante o emprego de arma de fogo e em concurso de agentes, em plena luz do dia e na presença de outras pessoas, em Campo Grande/MS, no contexto de disputa pelo monopólio do jogo do bicho local”, informou o MPE.