O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrou, nesta terça-feira (5), a Operação Sucessione, que investiga uma organização criminosa suspeita de praticar roubos e concurso de agentes na disputa pelo monopólio do jogo do bicho em Campo Grande. Um dos alvos é o deputado estadual bolsonarista Neno Razuk (PL).
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, são cumpridos 10 mandados de prisão temporária e de 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande e Ponta Porã.
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“O trabalho investigativo do GAECO, que contou com a colaboração do GARRAS, revelou a atuação de uma organização criminosa responsável por diversos roubos praticados mediante o emprego de arma de fogo e em concurso de agentes, em plena luz do dia e na presença de outras pessoas, em Campo Grande/MS, no contexto de disputa pelo monopólio do jogo do bicho local”, informou a corporação, em nota à imprensa.
“As investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem grave penetração nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade”, ressaltou.
O Gaeco confirmou que Neno Razuk é um dos alvos, junto com quatro assessores parlamentares (entre os quais dois são policiais militares da reserva) e outras oito pessoas vinculadas à organização criminosa.
A investigação é desdobramento da apreensão de 700 máquinas do jogo do bicho pelo Garras (Delegacia Especializada na Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) no dia 16 de outubro deste ano em uma casa no Bairro Monte Castelo. Na ocasião, o major da reserva da Polícia Militar, Gilberto Luiz dos Santos, o G Santos, foi flagrado no imóvel. Ele trabalha como assessor de Neno na Assembleia Legislativa e foi mantido no cargo pelo deputado após a apreensão das máquinas.
O nome da operação faz alusão à disputa pela sucessão do controle do “jogo do bicho” em Campo Grande, com a chegada de outros grupos criminosos que migraram para a capital após a “Operação Omertà”.
Com a deflagração da Omertà, em setembro de 2019, o Gaeco e o Garras levaram para a cadeia o empresário Jamil Name e o filho, acusados de integrar organização criminosa e explorar o jogo do bicho na Capital.
Com a família Name fora do comando, o jogo do bicho voltou a ser alvo de disputa em Campo Grande.