Presos na Operação Turn Off, os assessores da administração estadual e de um deputado federal recebem salário de R$ 7,2 mil a R$ 33,6 mil por mês, de acordo com o Portal da Transparência. Conforme o Ministério Público Estadual, eles integravam uma organização criminosa que praticava os crimes de corrupção passiva e ativa, peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.
Os secretários-adjuntos estaduais da Casa Civil, Flávio Britto, e da Educação, Édio Antônio Resende de Castro Broch, recebem os maiores salários, de R$ 33.689,16 por mês. O primeiro foi secretário estadual de Saúde e foi alvo apenas de mandado de busca e apreensão. Édio teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
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Assessora da Secretaria Estadual de Administração e Desburocratização, Simone de Oliveira Ramires Castro, foi presa e recebe salário de R$ 14.882,48 por mês, de acordo com o Portal da Transparência. Ela era integrante da equipe de licitações na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB).
Assessora na Secretaria de Educação e atualmente lotada na Casa Civil, Andréia Cristina de Souza recebe R$ 7.230 por mês. Ela também teve a prisão preventiva decretada a pedido do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção).
Outro preso é o secretário parlamentar da Câmara dos Deputados, Thiago Haruo Mishima, que recebe salário de R$ 14.635,02 por mês. O assessor do deputado federal Geraldo Resende (PSDB) ainda tinha auxílio de R$ 1.936,86. Ele recebe o maior salário entre os 20 assessores do tucano.
Quando era assessor de Resende e de Flávio Britto na Secretaria de Saúde, Mishima recebia um salário maior, de RE$ 21,5 mil, de acordo com o Portal da Transparência.
Os outros presos são o coordenador da CER/APAE, Paulo Henrique Muleta Andrade, Victor Leite de Andrade e o diretor da Maiorca Soluções em Saúde, Sérgio Duarte Coutinho Junior.
De acordo com o MPE, “a organização criminosa atua fraudando licitações públicas que possuem como objeto a aquisição de bens e serviços em geral, destacando-se a aquisição de aparelhos de ar-condicionado pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED/MS), a locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES/MS), materiais e produtos hospitalares para pacientes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande, dentre outros, havendo, nesse contexto, o pagamento de vantagens financeiras indevidas (propina) a vários agentes públicos”.
A investigação contou com provas emprestadas pela Operação Parasita, que apurou desvios milionários no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian e na Secretaria Estadual de Saúde.
A Justiça autorizou o compartilhamento das provas que levou à deflagração da nova operação. Turn Off traduz-se da língua inglesa como ‘desligar’, e foi originado do primeiro grande esquema descoberto na investigação, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado, e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada.
Após a deflagração da Operação Turn Off, o governador Eduardo Riedel (PSDB), determinou o afastamento dos servidores investigados e presos.
“O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul informa que os servidores sob investigação, no âmbito da operação do Gaeco/Gecoc, realizada na manhã de hoje, quarta-feira (29), resultante de inquérito sobre contratos firmados em anos anteriores, serão imediatamente afastados de suas funções”, informou o governo, em nota oficial, mas sem citar os nomes dos servidores envolvidos.