O Ministério Público Estadual suspeita que a organização criminosa fraudou licitações, superfaturou e desvio dinheiro público de mais de uma centena de obras públicas em Amambai, a 343 quilômetros de Campo Grande. O grupo comandado pelo vereador Valter Brito da Silva (PSDB) foi alvo da Operação Laços Ocultos, deflagrada no último dia 16 deste mês.
A investigação conta com a participação dos promotores de Justiça de Amambai e de Campo Grande e do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção). No total, as empresas ligadas ao tucano ganharam R$ 78 milhões em contratos com o município nos últimos sete anos.
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Líder do prefeito na Câmara, Valter Brito está preso e teve habeas corpus negado pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele está recolhido no Centro de Triagem Anízio Lima, por ondem já passaram autoridades e políticos famosos, como o ex-governador André Puccinelli (MDB), o empresário João Amorim e o ex-secretário de Obras, Edson Giroto.
De acordo com uma fonte, que acompanha a investigação, a organização fraudava as licitações e vencia, praticamente, todas as realizadas na gestão do atual prefeito, Edinaldo Bandeira, o Dr. Bandeira (PSDB). O chefe do Executivo não é alvo da Operação Laços Ocultos.
“A organização fraudava as licitações e pela sistemática adotada, superfaturava e executava a menor ou com materiais inferiores”, contou. Perícias realizadas por amostragem confirmaram as suspeitas de superfaturamento, execução de apenas parte do previsto no contratou ou a utilização de material mais barato e de baixa qualidade.
“É uma quantidade grande, pois o grupo simplesmente formou um cartel e só eles conseguiam as obras”, destacou.
O escândalo praticamente sepultou a chance de Brito disputar a sucessão de Bandeira nas eleições de 2024. Ele aparecia em 2º lugar na pesquisa do Instituto Ranking Brasil Inteligência. Com o poder e influência na cidade, ele tinha chance de desbancar a favorita na disputa, a vereadora Janete Córdoba (PSDB).