A trágica morte da universitária Ana Clara Benevides Machado, 23 anos, tem causado comoção no país e internacionalmente. Deputados federais e uma senadora de Mato Grosso do Sul publicaram condolências pela fatalidade e criticaram a organização do show da cantora Taylor Swift, no Estádio Nilton Santos, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
“É muito triste que uma menina de apenas 23 anos, que estava realizando um sonho, tenha esse destino por conta da ganância. Com as altas temperaturas, o estádio se transformou em uma panela em ebulição, mais de 1000 pessoas desmaiaram”, publicou a deputada federal Camila Jara (PT), neste sábado (18).
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“Tudo isso por conta da proibição da entrada de garrafas d’água, imposta pela produtora. O Ministério da Justiça já exigiu investigações. O lucro não pode ser maior do que a vida. Lutaremos por Ana Benevides, jovem de Sonora/MS, uma de nós”, completou.
Tudo isso por conta da proibição da entrada de garrafas d'água, imposta pela produtora. O Ministério da Justiça já exigiu investigações. O lucro não pode ser maior do que a vida. Lutaremos por Ana Benevides, jovem de Sonora/MS, uma de nós.
— Camila Jara (@camilajarams) November 18, 2023
A senadora Soraya Thronicke (Podemos) também apontou o calor intenso e “regras desproporcionais” sobre as restrições de água como fatores que culminaram na perda da vida da jovem.
“Lamento profundamente a morte da jovem sul-mato-grossense Ana Clara no show da Taylor Swift. Ana era da cidade de Sonora-MS e estava no RJ para realizar um sonho. Infelizmente o calor intenso e regras desproporcionais sobre portar água culminaram numa tragédia. Que sirva de lição aos organizadores desses eventos. Aos amigos e familiares da Ana Clara, meus sentimentos pela perda. E aos fãs que estarão nos próximos shows, cuidem-se!”, divulgou Thronicke.
Lamento profundamente a morte da jovem sul-mato-grossense Ana Clara no show da Taylor Swift. Ana era da cidade de Sonora-MS e estava no RJ para realizar um sonho. Infelizmente o calor intenso e regras desproporcionais sobre portar água culminaram numa tragédia. Que sirva de lição…
— SorayaThronicke (@SorayaThronicke) November 18, 2023
O deputado federal Geraldo Resende (PSDB) afirmou que vai acionar o Ministério Público Federal, o MP do Rio de Janeiro e o Ministério da Justiça para apurar o ocorrido.
“Além disso, minha equipe está desenvolvendo um projeto de lei que busca garantir que, em eventos públicos ou privados, a água seja distribuída gratuitamente, como também a vedação da proibição de entrar com garrafas próprias de água”, declarou o tucano.
“A vida e a segurança do público devem sempre vir em primeiro lugar. Que a perda de Ana Benevides nos impulsione a promover mudanças significativas para evitar tragédias como essa no futuro”, disse.
Lamentavelmente a proibição de entrada com garrafas de água contribuiu para essa trágica situação. Estou tomando medidas imediatas. Já estou solicitando investigações no Ministério Público Federal, Ministério Público do Rio de Janeiro e no Ministério da Justiça.
— Geraldo Resende (@dep_geraldo) November 18, 2023
No entanto, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, já determinou uma apuração das denúncias de fãs da cantora Taylor Swift de falta de água potável no Estádio Nilton Santos, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), no show realizado na sexta-feira (17).
A universitária Ana Clara Benevides Machado estudava psicologia e morava em Rondonópolis. A morte ocorreu em um dia marcado pelo calor intenso no Rio de Janeiro, e por críticas de fãs à organização do evento por limitar o acesso do público com garrafas d’água.
A própria cantora chegou a pausar o show para pedir ajuda para o público após perceber que pessoas passavam mal na plateia.
Ana Clara assistia ao início da apresentação quando desmaiou e teve uma parada cardiorrespiratória. Ela foi socorrida e encaminhada ao Hospital Municipal Salgado Filho, mas não resistiu.