O Ministério Público Eleitoral denunciou o prefeito de Corumbá, Marcelo Aguilar Iunes (PSDB), pelos crimes de corrupção eleitoral e falsidade ideológica eleitoral para garantir votos e conquistar sua reeleição em 2020. Caso seja condenado, o tucano pode pegar até nove anos de prisão e ficar inelegível por oito anos.
De acordo com o jornal Correio do Estado, o procurador regional eleitoral Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves afirma que há provas de que Iunes cometeu o crime de corrupção eleitoral 24 vezes e o crime de falsidade ideológica sete vezes.
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Também foram denunciados o assessor do prefeito Marconi de Souza Júnior e a servidora técnica de Saúde Mariluce Gonçalves Leão, que ocupa o cargo de secretária-adjunta municipal de Saúde, responsável pela Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá, a Casa Verde.
Conforme a denúncia, em conluio com Marcelo Iunes, os dois comissionados, no período de campanha, entre 26 de fevereiro de 2019 e 2 de novembro de 2020, deram, ofereceram e prometeram dinheiro, cestas básicas e remédios, além de outras vantagens, em troca de votos.
Ainda consta na denúncia que o prefeito omitiu “sete vezes, em documento público, declaração que devia constar, para fins eleitorais, consistente na contratação para serviços de cabos eleitorais”.
No dia 4 de novembro de 2020, Marconi foi abordado pela Polícia Federal, após sair do diretório de campanha eleitoral do PSDB corumbaense, e foi encontrada uma planilha de dados com número do título de eleitor, seção e zona eleitoral de dezenas de eleitores, além de R$ 7.750,00 em espécie, divididos em porções de R$ 250,00 cada.
Após quebra de sigilo telefônico, as investigações apontaram indícios da existência de uma associação criminosa composta por agentes públicos e políticos para a prática de crimes eleitorais, em especial, compra de votos, segundo reportagem do Correio do Estado.
Além de oferecer dinheiro e outros bens, a compra de votos ocorria por meio de da realização ou antecipação de exames e procedimentos médicos realizados no Citolab, laboratório credenciado para realização de exames laboratoriais encaminhados por Mariluce Gonçalves.
Segundo o jornal, o esquema era operado por Marconi de Souza Júnior, que recebia as demandas encaminhadas por vereadores e candidatos a vereadores, além do próprio prefeito.
A depender do objeto da corrupção eleitoral, ele providenciava, pessoalmente ou por meio de terceiros, a entrega da benesse eleitoreira, ou ainda, no caso de pedidos de exames e procedimentos médicos, repassava a Mariluce Gonçalves, responsável pela autorização dos exames e procedimentos a serem realizados no Citolab pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por meio de laboratório particular.
Ao Correio do Estado, Marcelo Iunes informou que irá se manifestar após ser notificado da denúncia pela Justiça Eleitoral.