A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (17), duas operações para desarticular a organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas do ex-policial militar Sérgio Roberto de Carvalho, o major Carvalho. A Justiça também decretou o bloqueio de R$ 80 milhões do grupo.
Cerca de 50 policiais federais estão nas ruas para cumprir 14 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso nas operações “Handmade” e “Descobridor”. As investigações decorrem da Operação Enterprise, deflagrada em novembro de 2020.
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De acordo com a PF, “para ocultar a origem ilícita dos recursos do tráfico de drogas, os líderes da organização criminosa, por meio de uma complexa cadeia de atos ilícitos, importavam roupas da China e as disponibilizavam em redes de loja do varejo têxtil, utilizando o chamado “branqueamento” do recurso ilícito”.
Após a venda dessas mercadorias, o dinheiro “sujo” retornava para a organização criminosa já “lavado”, dificultando a identificação da origem criminosa dos valores. Na ação de hoje, carros, dinheiro em espécie, jóias e outros itens de interesse da investigação foram apreendidos pela PF.
Os investigados nas operações deflagradas hoje responderão na Justiça Federal, confirmados os fatos, cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade, pelos crimes de associação criminosa e lavagem de capitais, cujas penas, somadas, podem ultrapassar dez anos de reclusão.
Os alvos das operações devem responder pelos crimes de associação criminosa e lavagem de capitais, cujas penas, somadas, podem ultrapassar dez anos de reclusão.
Origem das ofensivas desta sexta, a Operação Enterprise foi autorizada pela da 14ª Vara Federal de Curitiba (PR) ecumpriu 161 mandados de busca e apreensão e 66 de prisão em 10 estados, inclusive Mato Grosso do Sul, e nos países da Espanha, Portugal, Colômbia e Emirados Árabes Unidos.
A Justiça determinou o sequestro de R$ 1 bilhão em bens e contas bancárias dos integrantes da organização criminosa. Entre os bens sequestrados estão 37 aeronaves, inclusive um avião avaliado em R$ 20 milhões.
Major Carvalho, que atualmente está preso na Bélgica, é apontado como integrante da organização criminosa responsável pelo envio de mais de 50 toneladas de cocaína para o exterior por meio de portos.