Soraya Thronicke vai assumir a presidência estadual do Podemos em Mato Grosso do Sul. No entanto, a senadora deve enfrentar uma debandada no partido e reviver um drama que enfrentou nas outras duas legendas que comandou na curta carreira política até o momento, o PSL e o União Brasil.
Nem o empresário Sérgio Murilo da Mota, que festejou a sua filiação, deverá continuar na sigla. “Não (vamos ficar), decidi com o grupo, se confirmar a intenção da nacional em colocá-la com presidente, sairemos todos, inclusive com um grande ato de saída da militância, que não é pequeno”, informou o atual presidente do Podemos.
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Sérgio Murilo acusa o atual governador, Eduardo Riedel (PSDB), e o ex-governador Reinaldo Azambuja, atual presidente regional do PSDB, de articularem a ida de Soraya para o comando do diretório regional do Podemos.
Soraya chegou a ser autora de uma ação contra Reinaldo, no caso da propina da JBS. No entanto, ação por improbidade administrativa contra o tucano empacou no Tribunal de Justiça.
“Mas parece que a intenção do governador é desmontar o Podemos para não ter candidatos a prefeito de oposição a eles”, insinua. O PSDB vai lançar o deputado federal Beto Pereira para disputar a Prefeitura de Campo Grande e espera contar com o apoio do partido.
Além do grupo de Murilo, Soraya também deverá assumir um partido esvaziado. Os dois prefeitos eleitos pelo partido já deixaram a sigla. Dos 35 vereadores, a maioria também cogita disputar a reeleição por outra legenda em 2024.
Esse é o caso dos três vereadores de Campo Grande – Ronilço Guerreiro, Pastor Clodoilson Pires e Zé da Farmácia. Eles podem trocar o Podemos pelo PSB e PSDB na abertura da janela partidária em março.
Não é a primeira vez que Soraya vê uma debandada. Ele viu um movimento semelhante quando era presidente do PSL e do União Brasil. Este último seria um grande partido no Estado com a fusão com o DEM, mas os democratas abandonaram a sigla e seguiram a atual senadora Tereza Cristina.