“Fiquei rico, fiquei”, gabou-se o prefeito de Corumbá, Marcelo Aguilar Iunes (PSDB), 52 anos, durante uma entrevista. Ao analisar sua evolução patrimonial declarada à Justiça Eleitoral através dos anos, é fácil compreender o entusiasmo do tucano. Ele saiu do nada até os R$ 854,3 mil em quase vinte anos de vida política.
Iunes participou de sua primeira disputa em 2004, aos 33 anos, quando não teve bens declarados e foi eleito vereador pelo PP. Quatro anos depois, foi reeleito pelo MDB, em seu primeiro salto patrimonial, declarou possuir três carros avaliados em R$ 70 mil no total. O prefeito não chegou ao milhão ainda, foram declarados R$ 854.339,11, na última eleição que participou, em 2020.
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Em 2012, já no PSD, Marcelo foi eleito para o terceiro mandato na Câmara de Vereadores de Corumbá e 385% mais abastado. Naquele ano, possuía R$ 340 mil em bens. Uma casa no valor de R$ 200 mil era o mais valioso. Dois carros e três terrenos completavam seu patrimônio.
Dois anos depois, em um novo partido, o PDT, saiu candidato a deputado estadual, com R$ 402 mil em bens. A casa valorizou a R$ 230 mil e tinha R$ 30 mil em espécie, mais três terrenos e uma Montana Chevrolet. Foi sua primeira e única derrota eleitoral até hoje.
Em 2016, outro partido, o PTB, e Iunes foi candidato a vice-prefeito na chapa vencedora com Ruiter Cunha (PSDB). Na época, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ R$ 592,4 mil. O valor da casa foi a R$ 300 mil. O restante era composto por três terrenos, que somados davam R$ 140 mil, e dois carros.
Já em 2020, Marcelo foi reeleito prefeito de Corumbá pelo PSDB, após assumir o cargo com a morte de Ruiter, em novembro de 2017. A valorização patrimonial atingiu os R$ 854.339,11. A casa seguiu o bem mais valioso, R$ 420 mil. Passaram a ser quatro terrenos, avaliados em R$ 165 mil no total, e dois automóveis, uma deles uma Trailblazer Chevrolet de R$ 182 mil.
Levando em consideração sua evolução patrimonial, Marcelo Iunes, provavelmente, já deve ter ultrapassado a marca de R$ 1 milhão em bens. A revelação pode ser feita caso participe de mais alguma eleição. Porém, o chefe do Paço Municipal planeja deixar a política após encerrar o mandato de prefeito e montar um laboratório de imagem na Cidade Branca.
Por outro lado, ele também disse que conta com o apoio do governador Eduardo Riedel (PSDB) para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. “Não sei se sou candidato a deputado estadual”, afirmou em entrevista ao podcast “AlaVoti”, de Corumbá.
Conforme pesquisa do Instituto Ranking Brasil, divulgada no início do mês passado, 48% dos corumbaenses avaliam a gestão de Marcelo Iunes como ruim ou péssima. Apenas 16% a avaliam como ótima ou boa, enquanto 30% avaliam como regular.
O levantamento ocorreu dias depois de a Prefeitura de Corumbá deixar pacientes em estado grave sem ambulância para serem transferidos para Campo Grande.