O cancelamento da visita do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, adiou, mais uma vez, a definição sobre a retomada da fábrica de fertilizantes em Três Lagoas. É a 2ª vez no ano que o Governo Lula posterga o investimento de R$ 9 bilhões.
O primeiro foi a exclusão da UFN3 do Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). A administração federal justificou que o empreendimento será incluído em um segundo momento. Parada desde 2014, a obra é considerada estratégica para a redução da dependência do País da compra de fertilizantes e deve ter grande impacto no PIB (Produto Interno Bruto) de Mato Grosso do Sul.
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A expectativa era de que Alckmin e Prates, acompanhados pelos ministros do Planejamento, Simone Tebet, e das Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciassem a retomada da obra. A Petrobras decidiu concluir o projeto após fracassar a tentativa de vende-la na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
A visita dos ministros estava prevista para esta quarta-feira em Três Lagoas. No entanto, Prates cancelou a inspeção ao alegar outros compromissos. Sem perspectiva de anunciar o reinício da obra, os demais ministros também cancelaram a visita a Mato Grosso do Sul.
A construção da indústria parou na gestão de Dilma Rousseff (PT) após a Operação Lava Jato arrastar as construtoras para um dos maiores escândalos de corrupção do País. Michel Temer (MDB) e Bolsonaro tentaram vender o projeto, mas a privatização fracassou.
A senadora Tereza Cristina (PL), ainda no comando do Ministério da Agricultura, chegou a comemorar a venda da UFN3 para um grupo russo. No entanto, após mais de ano de negociação, a proposta não vingou e a obra da fábrica ficou parada durante os quatro anos de Bolsonaro.
Lula decidiu concluir a obra com recursos próprios e mantê-la sob o comando da Petrobras. No entanto, a gestão petista vem postergando o início da retomada. A indústria só deverá entrar em funcionamento em 2025, apesar de estar com 82% das obras concluídas.