Cinco vereadores – Papy (SD), Otávio Trad (PSD), William Maksoud (PTB), Clodoilson Pires (Podemos) e Paulo Lands (Patri) – sepultaram o projeto que previa o tombamento dos parques dos Poderes, das Nações Indígenas do Prosa. Ao impedir a discussão em plenário da Câmara Municipal, eles se transformaram no mais novo quinteto de vilões do meio ambiente em Campo Grande.
Não adiantou nada a vereadora Luiza Ribeiro (PT) seguir o script sugerido por Papy, que era o relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O parlamentar só queria uma desculpa para impedir uma proposta para barrar o desmatamento do Parque dos Poderes.
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De nada adiantam os alertas de organizações ambientais, especialistas e ambientalistas de que o desmatamento no complexo dos parques vai agravar os alagamentos na Capital. Os córregos e lagos devem sofrer com o assoreamento e desaparecer no decorrer dos anos.
O campo-grandense já começa a ter os nomes dos políticos que podem cobrar a conta pela destruição das nossas belezas naturais. Um dos cartões postais mais belos da Cidade Morena, o lago do Parque das Nações Indígenas, é uma das belezas ameaçadas pela não preservação.
Para salvar a versão campo-grandense do Central Parque de Nova Iorque, os vereadores Luiza Ribeiro, Professor André Luís (Rede), Ayrton Araújo (PT), Coronel Alírio Villasanti (União Brasil), Júnior Coringa (PSD), Ronilço Guerreiro (Podemos), Marcos Tabosa (PDT) e Zé da Farmácia (Podemos) assinaram o projeto de lei para tombar o complexo de parques na Capital.
O pastor Clodoilson Pires assinou o projeto, mas votou contra a sua tramitação e sepultou a proposta na CCJ.
Para quem ainda não tem noção da não preservação ambiental, basta observar as ondas de calor, cada vez mais fortes, que castigam a população sul-mato-grossense. Sem a preservação do Parque dos Poderes, a situação pode ficar muito pior no futuro e a conta da não preservação já pode ser cobrada de Papy, Otávio Trad, Clodoilson Pires, Paulo Lands e William Maksoud.
“O mundo está enfrentando eventos graves climáticos que exigem de todos nós mudança de comportamento quanto à proteção ambiental. E as autoridades públicas devem atuar para proteger os ecossistemas essenciais contra as mudanças climáticas, entre eles as matas, árvores, nascentes, flora, fauna e rios retardando o aquecimento”, alertou Luiza.
“Infelizmente essa decisão de arquivamento do PL do Tombamento é contrária à proteção da natureza existente no Parque das Nações Indígenas, Parque Estadual do Prosa e Parque dos Poderes”, lamentou a petista.
“Contudo, nós não vamos desistir, vamos prosseguir buscando o Tombamento desses Parques, porque o Tombamento significará a proteção de bens históricos, culturais e ambientais tão relevantes para nosso povo”, prometeu a vereadora.
No entanto, a situação não é de muita esperança. A CCJ arquivou o projeto na sexta-feira e o resultado do julgamento só foi divulgado nesta segunda-feira.
Uma ação contra o desmatamento na Justiça deve terminar em acordo que prevê a destruição de 186 mil metros quadrados de mata nativa no Parque dos Poderes.