A receita do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul superou o previsto em R$ 8,989 bilhões no segundo mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB), marcado por “maldades” e medidas impopulares. A gestão do tucano foi marcada pelo aumento de tributos, quando o ICMS sobre a gasolina foi para 30%, e pela redução de 30% nos salários dos professores não concursados.
Conforme a mensagem encaminhada pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) junto com o projeto da Lei Orçamentária de 2024, as medidas impopulares adotadas pelo antecessor fizeram a arrecadação de Mato Grosso do Sul “explodir” entre 2019 e o ano passado.
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No final de 2019, no primeiro ano do segundo mandato, Reinaldo aumentou em 71% as alíquotas cobradas pelo Fundersul sobre gado, grãos, cana de açúcar e eucalipto. Com o aval dos deputados estaduais, ele ainda aumentou em 20% o ICMS sobre a gasolina, que passou de 25% para 30%.
Reinaldo ainda acabou com a paridade nos salários pagos aos professores concursados e temporários. Com a maldade, aprovada em julho de 2019, os docentes sem concurso passaram a ganhar 47% menos que o efetivo. Em oito anos de mandato do tucano, os servidores públicos só tiveram reajuste em três.
O ex-governador reduziu pela metade o número de famílias beneficiadas pelo programa Vale Renda em abril de 2019, quando anunciou a exclusão de 22 mil das 45 mil beneficiadas pelo programa que pagava uma bolsa de R$ 180. Em 2021, ele substituiu o programa pelo Mais Social e anunciou a meta de incluir 100 mil famílias no projeto.
No entanto, não foi por falta de dinheiro. De acordo com as informações encaminhadas no projeto do orçamento de 2024, a arrecadação chegou a superar a previsão em R$ 8,989 bilhões entre 2019 e 2022.
Em 2019, o Governo do Estado previu receita de R$ 15,048 bilhões, mas acabou fechando com R$ 15,118 bilhões – houve acréscimo de R$ 70,1 milhões.
Em 2020, o primeiro ano a sofrer os reflexos da pandemia da covid-19, o Governo previu a arrecadação de R$ 15,8 bilhões. No entanto, graças ao aumento de impostos e do Fundersul, o tucano terminou o ano com R$ 17,556 bilhões – a arrecadação efetiva superou o previsto em R$ 1,755 bilhão.
Em 2021, que ainda viveu o reflexo da pandemia com o abre e fecha do comércio, a arrecadação prevista era de R$ 16,823 bilhões, mas o Governo efetivamente fechou aquele ano com R$ 19,891 bilhões em caixa – R$ 3,067 bilhões acima do previsto.
No último ano de gestão de Reinaldo, a administração estadual previu arrecadar R$ 18,475 bilhões, mas acabou fechando com uma receita recorde de R$ 22,571 bilhões. O valor efetivo superou o previsto em R$ 4,095 bilhões.
Para este ano, o Governo do Estado previu arrecadar R$ 22,030 bilhões. No próximo ano, a receita estadual deverá superar R$ 25 bilhões – R$ 25,488 bilhões.
Reinaldo acabou concluindo o Governo e teve como grande mérito o equilíbrio das finanças públicas. Ele foi o primeiro governador, em 36 anos, a fazer o sucessor em Mato Grosso do Sul ao garantir a eleição do estreante em disputas, Eduardo Riedel.