A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, isentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e culpou os partidos do Centrão pela substituição de mulheres por homens no primeiro escalão. A sul-mato-grossense declarou que a presença feminina na gestão não é uma decisão “única e individual” do presidente e evitou questionar a demissão da presidente da Caixa, Rita Serrano.
“Nós estamos em um governo de coalizão e geralmente em um governo de coalizão o presidente, o governador ou o prefeito se elege, mas muitas coisas têm que ser negociadas. A segunda questão é que nós temos que perguntar o porquê quem pediu o lugar da Caixa não indicou uma outra mulher”, questionou.
Veja mais:
Ministra de MS, Cida Gonçalves sobrevive a boataria e a primeira reforma de Lula
Lula aprova parecer que prevê demissão de servidor por assédio sexual
Cinco ministros de Lula visitam MS na semana para lançar projetos e anunciar investimentos
Lula acatou pedido do Centrão e substituiu três mulheres por homens: Ana Moser cedeu a vaga nos Esportes para André Fufuca; Daniela Carneiro deixou o Turismo para Celso Sabino; e Rita Serrano foi substituída por Carlos Vieira Fernandes na Caixa.
“Porque eu não acho que seja uma decisão única, sozinha e individual do presidente Lula. Tem uma série de correlações de forças que estão pautadas e estão colocadas. Eu tenho discutido que isso está vinculado à decisão, por exemplo, a questão da cota de 30% do Congresso, que é perdoar as dívidas dos partidos que não cumpriram as cotas. Então nós vamos perguntar aos partidos: ‘Vocês não têm mulheres?’ Porque eu acho que têm. Eu conheço várias [mulheres] que têm capacidade e condições de estar em qualquer lugar. Não foi o presidente Lula quem indicou o novo ministro do Esporte nem indicou o novo presidente da Caixa. Acho que a gente precisa tomar esse cuidado. Porque nós precisamos responsabilizar quem nós temos que responsabilizar”, criticou.