Após entrar na mira do Ministério Público Estadual por suspeita de corrupção e peculato, o empresário Edcarlos Jesus Silva desistiu do processo para explorar ouro e basalto no interior de Mato Grosso do Sul. Em decorrência do abandono, o juiz Evandro Endo, da Vara Única de Itaporã, extinguiu o processo.
Silva é dono de três empresas investigadas na Operação Cascalhos de Areia por suspeita de simular locações de maquinários para desviar dinheiro da Prefeitura de Campo Grande. O grupo teria recebido R$ 326 milhões dos cofres municipais, segundo o Portal da Transparência.
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No ano passado, o empreiteiro obteve autorização da Agência Nacional de Mineração para explorar ouro e basalto em uma área de 88,2 hectares em Itaporã. A ação na Justiça era necessária para a definição das taxas que seriam pagas para a União.
O juiz determinou a manifestação do Ministério Público e a realização de perícia. Houve até a nomeação do perito Vinicius Coutinho. No entanto, desde maio, a Justiça tentou localizar Edcarlos para se manifestar se aceitava pagar R$ 5,9 mil pela perícia.
A Operação Cascalhos de Areia foi deflagrada em 15 de junho deste ano. Desde então, o oficial de Justiça nunca mais encontrou o empresário para se manifestar sobre a exploração de minerais em Itaporã.
Sem a manifestação, o juiz concluiu que houve abandono de causa e, em sentença, julgou extinto o processo sem resolução do mérito no dia 4 de setembro deste ano.
Os promotores Adriano Lobo Viana de Resende e Humberto Lapa Ferri continuam analisando os materiais apreendidos na Operação Cascalhos de Areia. No início do mês, o Superior Tribunal de Justiça negou pedido do empresário André Luiz dos Santos, o André Patrola, para trancar a investigação e anular as provas.