Ao longo dos últimos dias, Dioceses e Arquidioceses de todo o Brasil celebram a Semana Nacional da Vida. As comemorações serão concluídas com uma caminhada contra o aborto em mais de 60 municípios em todo o Brasil, neste domingo (8), Dia do Nascituro. Campo Grande está no roteiro em Mato Grosso do Sul.
O movimento é uma reação ao julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez, nas primeiras 12 semanas de gestação. A passeata reunirá cristãos e membros de outras denominações religiosas que se opõem ao aborto.
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Na Capital, a concentração tem início às 8h30 na Praça do Rádio Clube, no Centro.
O evento é promovido pela Rede Nacional em Defesa da Vida e da Família, uma organização sem fins lucrativos que congrega mais de 26 associações filantrópicas pró-vida no Brasil e cerca de 20 Casas de Assistência e Acolhimento Materno.
O presidente do Conselho de Pastores de Mato Grosso do Sul, Wilton Melo Acosta, e o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, estiveram na Câmara de Vereadores esta semana e discursaram sobre ações de valorização à vida.
“Estamos, desde 2017, militando no Congresso Nacional, pelo Estatuto do Nascituro. Temos uma das principais defesas desse tema, que é o direito à vida desde sua concepção. Hoje, temos que ter uma mobilização nacional para fazer a defesa do direito à vida. Estamos em um tempo em que a vida tem sido banalizada”, declarou Wilton Acosta, durante a sessão de quinta-feira (5).
Os religiosos afirmam que o STF tem ‘usurpado’ as atribuições do Poder Legislativo. Dom Dimas Lara Barbosa diz estar havendo uma “militância exagerada do Judiciário, que cada vez mais, impõe leis”.
Atualmente, o julgamento foi suspenso no Supremo por pedido de destaque do ministro Luís Roberto Barroso, e, com isso, prosseguirá em sessão presencial do plenário, em data a ser definida.
A discussão sobre a descriminalização do aborto foi provocada no STF pelo PSOL, autor da ação, e chegou a ser objeto de audiência pública em 2018 convocada pela ministra Rosa Weber. O objetivo era debater o tema com especialistas e representantes de entidades governamentais e da sociedade civil.
Antes de sua aposentadoria, a ex-presidente do Supremo Tribunal Federal votou pela descriminalização do aborto.
Em voto de 129 páginas, a ministra Rosa Weber considera que os artigos 124 e 126 do Código Penal não estão de acordo com a atual Constituição Federal. Na sua avaliação, é desproporcional atribuir pena de detenção de um a quatro anos para a gestante, caso provoque o aborto por conta própria ou autorize alguém a fazê-lo, e também para a pessoa que ajudar ou realizar o procedimento.