Caso as pesquisas indiquem que a candidatura própria não será viável, o PT deve abrir mão do projeto e apoiar a reeleição do atual prefeito de Dourados, Alan Guedes (PP). A proposta é do deputado estadual Zeca do PT, que foi governador por dois mandatos e é um dos principais caciques do partido em Mato Grosso do Sul.
Na opinião do ex-governador, o PT tem bons quadros para disputar a prefeitura de Dourados, como o superintendente do Patrimônio da União, Tiago Botelho, a deputada estadual Gleice Jane e o vereador Elias Ishy.
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No entanto, conforme o deputado, o partido deverá desistir de candidatura própria caso pesquisas, a serem realizadas entre junho e julho de 2024, apontem que o candidato escolhido tem poucas chances de vencer na 2ª maior cidade de Mato Grosso do Sul.
“Se tiver indo para o buraco, é cometer suicídio (político) e eu não sou de cometer suicídio”, afirmou Zeca. “Espero que o PT não seja tão sectário para não perceber isso”, alertou o deputado.
Na opinião do parlamentar, o PT deverá negociar o apoio com o PP de Alan Guedes e tentar conquistar espaço no segundo mandato, como o vice e duas a três secretarias municipais. “O PT vai decidir a eleição”, prevê Zeca, ressaltando que a sigla obteve 48 mil votos na cidade. “Isso significa 40%”, calculou. Com esse índice o partido poderia vencer o pleito, já que não há segundo turno no município.
Para o ex-governador, o PSDB vai se “juntar com o que existe mais atrasado do bolsonarismo” e deixar as migalhas para os petistas. Ele disse que não vê diferença entre Alan Guedes e os prováveis nomes do PSDB em Dourados, como o deputado federal Geraldo Resende, os deputados estaduais Zé Teixeira e Lia Nogueira ou o ex-deputado federal Marçal Filho.
“O PP faz parte da base de sustentação e de apoio de Lula na Câmara Federal, é nosso aliado. Uma aliança do PT com o Alan vai ser a coisa mais moderna para Dourados, no meu humilde entendimento”, pontuou o petista.
A declaração de Zeca deve abrir mais uma crise entre o ex-governador e o partido. Ele foi bombardeado após propor homenagem ao ex-presidente Michel Temer (MDB) pela construção da ponte sobre o rio Paraguai em Porto Murtinho e consolidar a rota bioceânica. A reação levou o ex-governador a desistir de ser candidato a prefeito de Campo Grande.