O deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) alegou compromisso de “última hora” em Brasília e faltou a primeira audiência judicial em ação por injúria movida por Vander Loubet (PT). O deputado federal pede a condenação do bolsonarista por injúria e indenização por danos morais por tê-lo chamado de “ladrão” em postagem nas redes sociais em julho do ano passado.
A audiência de conciliação preliminar foi marcada para quinta-feira (28), às 13h15, pela juíza Eliane de Freitas Lima Vicente, da 10ª Vara do Juizado Especial Central. A magistrada despachou sobre o caso no dia 27 de abril deste ano. Havia a opção de o encontro ser realizado por videoconferência.
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No entanto, Rafael viajou para Brasília na segunda-feira (25) e deveria retornar na quarta-feira (27). Contudo, ele acabou marcando compromisso de última hora com o ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral, junto com o deputado federal Marcos Pollon (PL), e não retornou a tempo da audiência judicial.
“Seu retorno estava previsto para a data de 27/09/2023, até mesmo por isso não houve o pedido de redesignação da audiência, todavia fora marcado de última hora outro compromisso em Brasília para a data de hoje (28/09), de modo que não será possível o comparecimento do querelado na audiência designada. Por esta razão, requer a redesignação da audiência”, alegou o advogado Marcos Antônio Lemos Caldeira.
A juíza acatou o pedido e remarcou a audiência para 8 de fevereiro de 2024. Rafael acabou adotando uma estratégia tradicional, postergar ao máximo os julgamentos.
Vander se sentiu ofendido com as postagens nas redes sociais pelo então candidato a deputado estadual no dia 17 de julho do ano passado. O petista teve a casa furtada na Capital e acionou a polícia.
Rafael ironizou ao postar um vídeo com a legenda “Finalmente, o cachorro mijou no poste”. De acordo com a defesa do petista, o deputado ainda fez o seguinte comentário:
“Deputado do PT tem casa invadida em Campo Grande. Assaltante levou um… opa… assaltante não, vítima da sociedade. E também, ninguém invadiu nada não, apenas ocupou a casa do petista. O assaltante, vítima da sociedade, levou celular do deputado federal, do PT, Vander Loubet. Mas não é o Lula que defende os ladrões de celular? ‘Às vezes inocente ou às vezes porque roubou um celular’. Ah, e eu também espero que o deputado Vander Loubet não tenha chamado a polícia, afinal de contas a esquerda defende: ‘O fim da polícia militar. Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da polícia militar’. Então tá aí, né, galera? A turma que defende a invasão de propriedade, roubo de celular e o fim da polícia teve a sua propriedade invadida, o seu celular roubado e teve que chamar a polícia para pedir ajuda. Como dizia o ditado: ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”, debochou Tavares.
Vander Loubet pede a condenação do deputado por injúria e a fixação de indenização por dano moral. Ao não comparecer à audiência ontem, Rafael deu o primeiro passo para postergar o julgamento e o desfecho do processo.