Luiz Felipe Bazzo
A queda de 50 pontos-base da taxa básica de juro brasileira, a Selic, já era amplamente esperada pelo mercado e pelos investidores.
No entanto, é natural que a gente tenha volatilidade nesses dias subsequentes às decisões de política monetária, porque o ajuste na curva de juros muda a taxa de desconto dos fluxos de caixa. O choque pode ser positivo ou negativo, como o que está acontecendo agora.
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Vale ressaltar que ainda é muito improvável um corte de 75 pontos-base nas duas reuniões que restam. Está dependendo de dados, claro, mas ainda assim o cenário base é de manutenção do ritmo de 50 pontos até o final do ano.
Podemos ter mais 25 pontos, um ajuste tímido mas que tem efeito nos ativos financeiros. Por isso a gente vê esse movimento de aversão a risco em nível global, fortalecimento do dólar, alta dos yields e queda das bolsas
Historicamente, em momentos em que a bolsa está descontada, temos atratividade para entrada de capital, aliado à queda de juros, os ativos brasileiros ganham. O que aconteceu faz parte do histórico, esta correspondente.
Não muda o fato de que ano que vem a gente pode acelerar o ritmo de queda da Selic e isso é muito importante. Choques de curto prazo fazem parte do jogo e para quem tem uma posição estrutural de longo prazo, que é o que funciona em bolsa, esse tipo de coisa acontece e temos que estar preparados
Dólar
Apesar do dólar recuar em relação ao real na manhã desta sexta-feira, refletindo o otimismo na China e movimento de ajuste após um salto da véspera que deixava a moeda norte-americana a caminho de encerrar a semana em alta na esteira de um posicionamento duro por parte do Federal Reserve.
Na quarta-feira, o Fed manteve sua taxa de juros, como esperado, entretanto indicou que poderá aumentar ao menos mais uma vez este ano. O banco central ainda revisou para cima suas projeções para o patamar de juros ao longo de 2024, com alertas de que a batalha contra a inflação está longe de encerrada.
A perspectiva de juros mais altos nos EUA costuma impulsionar o dólar globalmente, uma vez que implica retornos mais atraentes dos títulos do governo norte-americano, que são consideramos os mais seguros do mundo.
Nesse contexto, na quinta-feira o dólar à vista fechou o dia em alta de 1,10%, marcando uma terceira sessão consecutiva de ganhos. Depois desse salto, a divisa ficava a caminho de fechar a semana em alta de mais de 1%.