Dois meses após ser alvo da Operação Cascalhos de Areia, do Ministério Público Estadual (MPE), a MS Brasil Comércios e Serviços faturou mais um contrato e vai receber R$ 23,794 milhões da Prefeitura de Três Lagoas. A empresa venceu licitação, por ter oferecido menor preço, e vai fornecer máquinas e veículos ao município.
O contrato foi assinado, em agosto, pelo prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB) e pelos secretários de Infraestrutura e de Meio Ambiente, além do dono da MS Brasil, Edcarlos Jesus Silva. O acordo tem duração de 12 meses e poderá sofrer reajustes de até 25%.
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Serão fornecidos caminhões, micro-ônibus ou vans, e equipamentos para execução de serviços em Três Lagoas, incluindo motoristas, operadores, alimentação, manutenção, lubrificantes, graxas, filtros, abastecimento de combustível, conservação e segurança do bem, translado e demais custos necessários para atendimento das Secretarias de Infraestrutura e de Meio Ambiente.
A MS Brasil Comércios e Serviços é velha conhecida da prefeitura de Três Lagoas e essa relação é citada nas investigações do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).
O MPE afirma que, em menos de quatro anos, sem funcionários ou estrutura de maquinários suficientes, a firma venceu licitações com as prefeituras de Campo Grande e Três Lagoas, faturando R$ 102,9 milhões, e passou dos R$ 50 mil de capital social para os R$ 3 milhões.
Em março de 2017, “em contraponto ao ramo e ao histórico de atuação da empresa”, a MS Brasil foi vencedora de um pregão e conquistou R$ 15,5 milhões para locação de máquinas pesadas, caminhões, ônibus, veículos leves, e equipamentos para a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos de Campo Grande.
Sete meses após assinar com a Capital, a MS Brasil também firmou contrato com a Prefeitura de Três Lagoas, no valor de R$ 8,7 milhões.
De acordo com o Detran-MS, a empresa possui atualmente cerca de 75 veículos cadastrados, a maioria caminhões. No entanto, o primeiro foi comprado em 2018, sendo apenas um único, outros 16 em 2019, mais 16 em 2020, e 13 em 2021, somando 46 caminhões ao longo destes anos.
Diante dessa situação discrepante, os promotores de Justiça Humberto Lapa Ferri e Adriano Lobo Viana de Resende suspeitam que a MS Brasil terceirizou para outras empresas os serviços conquistados com as prefeituras. Esta é apenas uma das investigações no escopo da Operação Cascalhos de Areia.