A advogada Giselle Marques não deverá desistir de ser a candidata a prefeita de Campo Grande pelo PT em 2024. Ela deverá apelar para a realização das prévias. No entanto, ela poderá ter dificuldade para implementar a medida caso a maioria aprove a resolução do diretório municipal de que o melhor nome é o da deputada federal Camila Jara.
Giselle pegou gosto pela disputa ao substituir Zeca do PT na disputa pelo Governo do Estado no ano passado e ficar em 5º lugar, na frente do ex-prefeito da Capital e ex-deputado estadual, Marquinhos Trad (PSD).
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De acordo com o presidente municipal do PT, Agamenon Rodrigues do Prado, a executiva buscou o consenso. Contudo, a resolução optando por Camila não agradou a advogada, que vai insistir em manter o seu nome no páreo.
“Entendemos que é legítima a formalização da posição dos nossos dirigentes. Porém, cabe à base e à militância partidária analisar essa decisão, democratizando o debate e propiciando que os filiados e militantes também participem dessa escolha, mediante as prévias, como tem sido a prática histórica do maior partido operário da América Latina”, defendeu Giselle, em nota.
A plenária municipal deverá analisar no sábado (23) se aprova a pré-candidatura de Camila. Jovem e evangélica, ela vem de uma carreira meteórica, já que se elegeu vereadora na primeira disputa e acabou chegando a Câmara dos Deputados dois anos depois.
Inicialmente, a deputada federal cogitou não participar do pleito e focar no mandato em Brasília. No entanto, ela acabou sendo convencida de que é o melhor nome do PT para participar da disputa pela prefeitura da Capital, que o partido não conseguiu conquistar ao longo de quatro décadas.
Para o presidente regional do PT, Vladimir Ferreira, caso a maioria aprove o nome de Camila Jara, Giselle ficará em uma situação delicada ao não aceitar a decisão. Ele disse que a orientação da direção nacional é buscar o consenso e evitar as prévias.
O PT chegou perto em 1996, quando Zeca do PT foi ao segundo turno e perdeu para André Puccinelli (MDB) por apenas 411 votos. Nos anos seguintes, o partido não conseguiu emplacar nenhum candidato nem no segundo turno.
A divisão petista pode beneficiar os adversários, principalmente, a prefeita Adriane Lopes (PP), que conta com o apoio unânime do partido para disputar a reeleição, e do deputado federal Beto Pereira (PSDB), que tem o aval do ex-governador Reinaldo Azambuja e do governador Eduardo Riedel.
Confira a nota de Giselle Marques na íntegra:
“Nota Pública à Sociedade
Diante da RESOLUÇÃO COMISSÃO EXECUTIVA DO PT CAMPO GRANDE MS que circula na manhã deste dia 20/09/2023, acerca do cenário político-eleitoral de Campo Grande, anuncio que:
1. A decisão contida no item 1, de que teremos candidatura própria no primeiro turno das eleições de 2024 em Campo Grande, merece o meu total apoio, sendo inclusive condição indispensável para o crescimento do projeto de empoderamento das trabalhadoras e dos trabalhadores do campo, da cidade e das florestas por melhores condições de vida, e para termos acesso à dignidade em um planeta sustentável e em uma Campo Grande com justiça social, o que hoje não ocorre, tendo em vista a falta de vagas nas creches, o péssimo serviço de saúde pública, e a constante destruição dos recursos naturais da Cidade Morena.
2. Sobre a afirmação de que “a candidatura da Deputada Federal Camila Jara reúne as melhores condições para representar a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) no pleito de 2024 em Campo Grande. É a que extrapola a nossa Federação, facilitando com isso a ampliação político-eleitoral”, entendemos que é legítima a formalização da posição dos nossos dirigentes. Porém, cabe à base e à militância partidária analisar essa decisão, democratizando o debate e propiciando que os filiados e militantes também participem dessa escolha, mediante as prévias, como tem sido a prática histórica do maior partido operário da América Latina.
Atenciosamente,
Campo Grande, 20 de Setembro de 2023.
Giselle Marques
Candidata à Governadora pelo PT em 2022