A Justiça de São Paulo vai levar a leilão um apartamento do empresário Naim Alfredo Baydoun que fica em Praia Grande, litoral paulista. Bloqueado pela justiça estadual e federal de Mato Grosso do Sul em decorrência dos desvios de R$ 8,8 milhões na saúde de Campo Grande, conhecido como Escândalo Gisa, o imóvel vai a leilão para pagar dívida de condomínio.
Dono da Telemídia & Technology International Comércio e Serviços, Baydoun teve R$ 16,6 milhões bloqueados pela 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande para garantir o ressarcimento de R$ 16,6 milhões da Prefeitura de Campo Grande.
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O mesmo imóvel teve a indisponibilidade decretada em duas ações por improbidade administrativa, também pelo desvio do Gisa, pela 4ª Vara Federal de Campo Grande. Os processos tramitam em sigilo desde 2015 sem previsão de desfecho em um dos maiores escândalos, que envolvem o senador Nelsinho Trad (PSD), então prefeito, e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil).
O apartamento vai a leilão em primeira praça no dia 11 deste mês, no valor de mercado, de R$ 180,6 mil. Em segunda praça, o apartamento vai com 40% de desconto e com lance inicial de R$ 108,3 mil no dia 14 de setembro. O leilão é promovido pela NRN Leilões.
No entanto, Naim e sua empresa possuem uma folha corrida de ações de bloqueio por causa de dívidas trabalhistas, execuções de títulos extrajudiciais, entre outros em Campo Grande, Belo Horizonte (MG) e São Paulo.
Outro empresário envolvido em escândalos de corrupção, João Amorim, também teve uma sala comercial leiloada por falta de pagamento de condomínio.
O Gisa era um projeto moderno e arrojado que garantiria a informatização da rede pública de saúde de Campo Grande. No entanto, o projeto idealizado por Nelsinho e Mandetta acabou não saindo do papel e o município foi obrigado a devolver R$ 14,4 milhões para o Ministério da Saúde.
O ex-prefeito e o primo acusam Alcides Bernal (PP) por não ter concluído a implantação do sistema. O progressista assegurou que não houve a implantação de nenhum modulo e o projeto só serviu para desviar dinheiro da saúde.