A juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, determinou a condução coercitiva de um médico para concluir o julgamento do vereador Tiago Henrique Vargas (PSD). Considerada testemunha-chave pelo Ministério Público Estadual, ele faltou à audiência de instrução e julgamento realizada no dia 15 do mês passado.
O parlamentar era policial civil e foi denunciado pelo médico Lívio Viana de Oliveira Leite, o Dr. Lívio (PSDB), por ameaça durante a perícia na Agência de Previdência de Mato Grosso do Sul. Conforme o tucano, Tiago teria saído do controle e feito ameaças aos integrantes da equipe de peritos.
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Em decorrência desta denúncia, Tiago foi demitido pelo então governador Reinaldo Azambuja (PSDB) do cargo de agente da Polícia Civil. Ele alega que foi vítima de perseguição política, porque usava as redes sociais para criticar o tucano e os políticos envolvidos em denúncias de corrupção.
O julgamento acabou sendo realizado em agosto deste ano após vários adiamentos. No entanto, o médico Marco Aurélio Almeida Silva não compareceu e o MPE insistiu na sua oitiva. A magistrada marcou nova audiência para ouvi-lo, mediante condução coercitiva.
Em ofício à Diretoria Geral da Polícia Civil, May Melke determina que a polícia conduza o médico para prestar o depoimento. “Pelo presente, expedido nos autos supra, atendendo determinação judicial, solicito a Vossa Excelência se digne determinar as providências necessárias, no sentido de proceder a condução coercitiva da(s) testemunha(s) abaixo mencionada(s) no dia 25 de outubro de 2023, às 15:00h, na sala de audiência da 4ªVara Criminal de Campo Grande/MS”, informou o cartório.
Tiago alegou que Dr. Lívio agiu politicamente. Em julho, ele anexou aos autos decisão do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul, que puniu o médico por não ter respeitado o Código de Ética médica durante a perícia do então policial.