Caciques da direita e centro-direita, integrantes da velha guarda do PFL, vão lançar o Instituto Campos para projetar a senadora Tereza Cristina (PP) como candidata a presidente da República em 2026. O objetivo é se desvincular da extrema direita e do bolsonarismo, marcar presença no debate nacional e se opor à política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com O Estado de São Paulo, o Instituto Campos deve funcionar até o fim deste mês e será presidido pela ex-ministra da Agricultura na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Ela é o nome forte do grupo, composto pelos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), para disputar a sucessão presidencial.
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Velhos caciques da direita, do tempo do PFL, que virou Democratas e União Brasil, como o ex-senador Jorge Bornhausen, seu filho, o deputado federal Paulo Bornhausen, os ex-deputados José Carlos Aleluia e Benito Gama, da Bahia, Roberto Brant, de Minas Gerais, José Jorge, o tucano José Pimenta da Veiga Filho, e até o ex-petista Paulo Delegado.
Bornhausen, o pai, saudou Tereza Cristina como candidata em reunião na segunda-feira (4) na Associação Comercial de São Paulo. “O Brasil espera muito do seu trabalho e de sua liderança”, disse.
Na teoria, a reunião era para discutir o acordo União Europeia-Mercosul, o que de fato aconteceu. Mas, na prática, estava ali, em peso, o velho PFL, órfão do poder desde os governos petistas e que, quando poderia voltar, não suportou aderir às excentricidades e aos desvarios da extrema-direita de Jair Bolsonaro.
Ao jornal paulista, Tereza Cristina admitiu que o instituto pode aglutinar várias legendas em uma só. Na véspera do encontro, houve um jantar na casa de Gilberto Kassab (PSD), e em todos os pratos, o condimento era a política. Praticamente a um ano das eleições municipais, os partidos aceleram as articulações e os arranjos que possam lhes garantir capilaridade pelo Brasil afora e musculatura nas capitais.
À exceção das esquerdas que despontam mais organizadas, a centro-direita, direita e extrema-direita estão completamente desnorteadas.
Tereza Cristina ainda fleta com o bolsonarismo. No entanto, ela pode seguir o próprio caminho, como ocorreu em Mato Grosso do Sul. Lançada na política pelo ex-governador André Puccinelli (MDB), de quem foi secretária estadual de Produção, ela abandonou o emedebista e se juntou aos tucanos para disputar a reeleição em 2018 e chegar ao Senado nas eleições do ano passado.