A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (6), a Operação Parada Obrigatória, que investiga bolsonaristas responsáveis por financiar o bloqueio de rodovias em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Dois mandados de busca e apreensão são cumpridos em Campo Grande. Os acusados podem ser condenados a 13 anos de prisão no regime fechado.
Os mandados foram autorizados pela 5ª Vara Federal Criminal do Mato Grosso. Oito mandados são cumpridos em Pontes e Lacerda (MT).
“A ação tem o objetivo de aprofundar as investigações e a coleta de provas referentes aos financiadores de movimentos que bloquearam rodovias federais após as eleições presidenciais de 2022. No contexto da prática de atos antidemocráticos ocorridos após as eleições, houve o bloqueio da Rodovia BR-174 por manifestantes que, segundo as apurações, teriam agredido e ameaçado motoristas que tentavam furar os pontos de bloqueio, além da reiterada desobediência a policiais que buscavam liberar o trânsito”, informou a PF, em nota.
“Os líderes, financiadores e demais participantes desse movimento podem responder por crimes previstos no código penal, dentre eles: constrangimento ilegal, lesão corporal, incitação ao crime, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático, dentre outros. Essas penas, somadas, passam de 13 (treze) anos de prisão”, afirmou.
Os materiais apreendidos serão submetidos à análise e perícia, para prosseguimento das investigações com o objetivo de identificar e apontar elementos de responsabilização de todos os envolvidos nas ações criminosas.
Inconformados com a derrota de Jair Bolsonaro, bolsonaristas promoveram o bloqueio de rodovias federais e estaduais em Mato Grosso do Sul. Eles também acamparam na frente do CMO (Comando Militar do Oeste) para pedir a intervenção das Forças Armadas para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um motorista de Dourados foi condenado a cinco anos e nove meses por ter bloqueado a BR-163 na cidade. Ele foi punido pelos crimes de incêndio, atentado contra a segurança de outro, associação criminosa e desobediência de ordem judicial.
Assessora de deputado e empresário do Democracia Cristã foram alvos na terça
Nesta terça-feira, por determinação do Supremo Tribunal Federal, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Campo Grande contra financiadores dos atos de 8 de janeiro em Brasília. Um dos alvos foi o empresário Rodrigo de Souza Lins, que foi candidato a deputado estadual pelo PRTB e está no Democracia Cristã.
A outra foi Aline Paiva Lopes, assessora do deputado estadual Rafael Tavares. Ele criticou a Operação Lesa Pátria e acusou a PF de estar a serviço do PT.
De acordo com Tavares, a assessora só organizou a cozinha durante o acampamento dos bolsonaristas em frente ao CMO logo após derrota de Bolsonaro e não financiou nenhum transporte até Brasília.