Vereadores da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura escândalos de corrupção acusam a Prefeitura de Sidrolândia de obstruir as investigações ao se negar a fornecer documentos e contratos relativos a licitações. Os parlamentares estiveram no paço municipal, na segunda-feira (21), e se depararam com o local vazio, em pleno horário de expediente.
A situação foi exposta através de vídeo gravado dentro do Paço e compartilhado nas redes sociais. Na gravação, o presidente da CPI, Enelvo Felini Junior (PSDB), explica que estavam no setor de licitação e uma secretária liberou todos os funcionários por volta das 12h, sendo que o expediente terminaria às 13h.
Veja mais:
Empresário acusado de corrupção em Sidrolândia segue foragido e prefeitura cancela contratos
Gaeco prende empresários em nova fase de operação contra a corrupção em Sidrolândia
Quebra de sigilo revela depósitos de investigados e MPE suspeita de propina em Sidrolândia
Diante do ocorrido, os parlamentares disseram que acionaram a polícia. Enelvo informou que foi registrado um boletim de ocorrência e a abertura de uma denúncia no Ministério Público Estadual.
“Esse é o descaso com os vereadores, fomos na manhã desta segunda-feira de forma pacífica na Prefeitura para solicitar documentos para darmos continuidade na CPI, mas novamente não quiseram fornecer”, lamentou o relator da comissão, vereador Cleyton Martins Teixeira (PSB).
A prefeita Vanda Camilo (PP) informou que os vereadores estariam atrás de documentos que não eram relativos à Operação Tromper e que sequer há ‘fato certo’ para a formação da CPI, de acordo com o Midiamax.
Os vereadores apuram possíveis fraudes licitatórias e demissões em massa que ocorreram recentemente na cidade. A CPI foi aberta após o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ter deflagrado a segunda fase da Operação Tromper, que levou dois empresários e um servidor da prefeitura para a prisão. Um quarto envolvido está foragido.
O quarteto é investigado em inquérito que apura “a existência de esquema de corrupção na atividade administrativa do município de Sidrolândia, em funcionamento ao menos desde o ano de 2017, destinado à obtenção de vantagens ilícitas, por meio da prática de crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude às licitações, associação criminosa e sonegação fiscal”.