A abertura da janela partidária vai fortalecer dois partidos, o PSDB do governador Eduardo Riedel e o PP da prefeita Adriane Lopes, e esvaziar a bancadas de cinco partidos na Câmara Municipal de Campo Grande. Os mais prejudicados serão o Podemos, que não vai ter tempo de festejar a filiação da senadora Soraya Thronicke, e o PSD, que alijou o ex-prefeito Marquinhos Trad do comando do diretório para evitar a debandada.
Os maiores derrotados, caso as previsões se confirmem, serão o presidente regional do PSD, senador Nelsinho Trad (PSD), que terá redução 62% no número de vereadores apesar de ter sacrificado o próprio irmão, e o cacique do Podemos, Sérgio Murilo, que verá bancada ser reduzida de três para zero no legislativo municipal.
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Por outro lado, a mudança mostra os partidos com perspectiva de chegar forte nas eleições municipais. O PSDB, que aposta as fichas na eleição do deputado federal Beto Pereira para prefeito, deve ser o maior ganhador. O partido deve passar de três para oito vereadores.
Atualmente, o ninho tucano conta com os vereadores Claudinho Serra, Ademir Santana e Juari Pinto Lopes, o Professor Juari. A expectativa é de que a sigla receba os vereadores Silvio Pitu (PSD), Zé da Farmácia (Podemos), Dr. Vitor Rocha (PP), Papy (SD) e William Maksoud (PTB), conforme levantamento do Correio do Estado.
Comandando o Governo do Estado desde 2015, o PSDB sonha em ganhar a primeira eleição em Campo Grande. Em 2012, Reinaldo Azambuja (PSDB) não chegou ao segundo turno por um triz. Em 2016, o partido chegou a disputar o segundo turno com Rose Modesto, mas perdeu para Marquinhos Trad.
O PP da senadora Tereza Cristina deve perder um vereador, mas vai ganhar cinco e ser a segunda maior força na Câmara Municipal. O maior perdedor para os progressistas serão o PSD. Tiago Vargas, o atual líder da prefeita, Beto Avelar, e Professor Riverton, devem se filiar ao partido da prefeita.
Edu Miranda e Paulo Lands devem antecipar o movimento do deputado estadual Lídio Lopes, marido de Adriane, e trocar o Patriotas pelo PP. A força do PP repete um fenômeno normal na política brasileira, o dono da máquina sempre tem força e consegue atrair mais parlamentares.
O terceiro partido será o PSB, do presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão. Ele propaga que deseja ser candidato a prefeito, mas está de olho em ser indicado para vice. Os socialistas devem receber a filiação de Marcos Tabosa, que vai deixar do PDT sem representante no legislativo pela segunda legislatura consecutiva, Ronilço Gueirreiro (Podemos) e Valdir Gomes (PSD).
A debandada vai deixar o PDT de Lucas de Lima, o PTB de Delcídio do Amaral e o Podemos de Sérgio Murilo sem nenhum vereador para disputar a reeleição em 2024. O PSD vai ver a bancada reduzida de oito para três, por enquanto.
O PT vai continuar com os dois vereadores, Luiza Ribeiro e Ayrton de Araújo. O mesmo ocorrerá com o MDB, Loester Nunes e Dr. Jamal Salem. Apesar dos apelos do ex-governador André Puccinelli (MDB), Dr. Loester, como é mais conhecido, estaria cogitando não disputar a reeleição.
Pacificado sem Soraya, o União Brasil vai continuar com Alírio Villasanti, o Coronel Alírio, enquanto a Rede segue com Professor André Luís.
A abertura da janela partidária vai ocorrer entre março e abril de 2024 e deve fortalecer o candidato melhor colocado nas pesquisas. Esse é o principal motivo do surgimento de pesquisas eleitorais de toda ordem e sorte. Partido que não tiver candidato competitivo deve sofrer debandada antes da campanha eleitoral começar.