Luiz Felipe Bazzo
O último boletim Focus apontou a manutenção da estimativa de 4,84% para a inflação ao fim deste ano. Para 2024, aconteceu uma leve queda na projeção, de 3,88% para 3,86%, e por enquanto ainda estão mantidas as estimativas para 2025 e 2026, em 3,5% em ambos os anos.
Acredito que essa revisão pode fazer a Bolsa repensar e cogitar a ideia de que as metas estipuladas para os anos de 2023 e 2024 podem não ser alcançadas.
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O fechamento da semana gerou ainda mais incerteza pela falta de indicadores relevantes, enquanto o Ibovespa seguiu tentando reverter um recorde histórico do mercado, que chegou a um movimento abrupto de queda por 13 pregões seguidos, um recorde negativo.
Esses fatores combinados levaram o mercado a operar ainda mais pressionado pela aversão ao risco na tomada de decisões, de olho nos mercados financeiros internacionais, enquanto os investidores vivem a expectativa de como será a reação ao anúncio de novos ministros antes da viagem do presidente Lula para reunião da cúpula dos Brics na África do Sul, sem contar o impasse da tramitação de pautas econômicas no Congresso e as falas de Haddad sobre uma ala do mercado financeiro já esperar um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros.
Dólar
A volatilidade do câmbio aconteceu até o fim desta semana, com o dólar até mesmo chegando a superar a faixa de R$ 5,00, um fato que não acontecia desde 2 de junho, e voltou a apresentar queda globalmente, com todas as atenções voltadas para a taxa de juros nos Estados Unidos. A queda da Selic pode deixar real mais dependente de questão fiscal e exterior.
A taxa de juros americana continua elevada para o padrão histórico, e e um dos principais fatores da valorização do real frente ao dólar é uma operação em que os investidores pegam emprestado em lugares com juros baixos e aplicam em outros mercados em busca de rendimento de juros.
Os juros brasileiros, sob a ótica de retorno, são maiores do que os americanos, e sigo acreditando que um cenário de corte de juros nos EUA possa pressionar o dólar para baixo, especialmente com a melhora no cenário fiscal no Brasil e como reflexo positivo do fechamento de balanço das companhias.