Com a desistência do ex-governador Zeca do PT, a deputada federal Camila Jara topou, oficialmente, o desafio de ser candidata a prefeita de Campo Grande pelo PT em 2024. Ela vai disputar a indicação com a advogada Giselle Marques e deixa mais longe o sonho do deputado federal Vander Loubet (PT) de lançar candidatura própria e apoiar a superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil).
Inicialmente, a deputada federal, alçada a condição de uma das principais estrelas petistas após a desistência do deputado estadual, resistiu em participar das eleições. Ela e a família avaliavam como necessário por um freio na ascensão meteórica, de vereadora em 2020 e deputada federal em 2022.
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A expectativa de Camila era priorizar o primeiro mandato em Brasília para ter mais experiência política. Contudo, a pressão da executiva e caciques petistas a convenceram a aceitar o desafio. Em reunião com a executiva municipal nesta segunda-feira (14), a deputada federal aceitou o desafio.
De acordo com o presidente do diretório municipal do PT, Agamenon Rodrigues do Prado, a parlamentar se declarou pré-candidata a prefeita e aceitou realizar o debate com a população da Capital. “A Camila quer fazer o debate sobre a Campo Grande que temos e a que queremos”, ressaltou o dirigente.
No encontro, a deputada se prontificou a buscar o apoio dos demais filiados e lideranças para unir o PT em torno do seu nome como candidata a prefeita da Capital. “A deputada foi generosa com o desinteresse do Zeca (do PT) e é uma liderança expressiva”, avaliou Agamenon, admitindo que a deputada planejava se dedicar ao mandato na Câmara dos Deputados.
A próxima a participar da reunião da executiva municipal será Giselle. “Somos o maior partido operário da América Latina, e estamos crescendo. Dentre as cinco maiores legendas, somos a única que apresenta curva ascendente. Acabamos de eleger o presidente do País, e seria ridículo abrir mão de termos candidatura própria para apoiar quem defendeu ‘Capitão lá e Capitão cá’ na eleição para o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul”, afirmou a advogada, cutucando Rose, que apoiou o Capitão Contar (PRTB) para governador no ano passado.
O PT planeja definir a sua pré-candidata a prefeita até o dia 23 de setembro. O partido já até marcou o evento para fazer uma grande festa para anunciar o nome. Parte da cúpula torce por Camila Jara, considerada jovem e com baixa rejeição.
Com a definição de Camila, o PT praticamente sepulta o sonho de Vander, que cogita apoiar Rose para a prefeitura da Capital. A ex-deputada federal disputou a prefeitura pela primeira vez em 2016 pelo PSDB com o apoio de Reinaldo Azambuja (PSDB) e chegou ao segundo turno contra Marquinhos Trad (PSD).
Em 2020, os tucanos não deram legenda para Rose, que trocou o partido pelo União Brasil para disputar o Governo em 2022. Ela ficou em 4º lugar. Atualmente, como superintendente da Sudeco, a ex-deputada faz parte da base do Governo Lula.
Para Agamenon, o PT terá candidatura própria em 2024 e descarta, por enquanto, apoiar Rose no primeiro turno. A sigla pretende se reunir com a superintendente da Sudeco para pedir o seu apoio à candidata do PT. Uma possibilidade é fechar um acordo entre a candidata petista e Rose, de quem passar par ao segundo turno, tem o apoio da outra.
Até o momento, as únicas certezas são as candidaturas da prefeita Adriane Lopes (PP), que disputará a reeleição, e o deputado federal Beto Pereira (PSDB).