Os vereadores de Sidrolândia deixaram o recesso de lado e aprovaram a abertura de uma CPI para investigar os escândalos de corrupção revelados pelo Ministério Público Estadual através da Operação Tromper. Dos 15 parlamentares, sete votaram a favor da Comissão Parlamentar de Inquérito, em sessão extraordinária na quinta-feira (27).
Enelvo Iradi Felini Junior (PSDB), José Ademir Gabardo (PSDB), Elieu da Silva Vaz (PSB), Adavilton Brandão (MDB), Izaqueu de Souza Diniz (Patriota), Cristina Fiuza (MBD) e Cleyton Martins Teixeira (PSB) deram uma pausa na folga para votar a favor da abertura de investigação na Câmara Municipal. Otacir Pereira Figueiredo (PP) também esteve presente, mas preferiu se abster.
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Os vereadores pretendem apurar possíveis fraudes licitatórias e demissões em massa que ocorreram recentemente na cidade. A decisão ocorre logo após o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ter deflagrado a segunda fase da Operação Tromper, que levou dois empresários e um servidor da prefeitura para a prisão. Um quarto envolvido está foragido.
O quarteto é investigado em inquérito que apura “a existência de esquema de corrupção na atividade administrativa do município de Sidrolândia, em funcionamento ao menos desde o ano de 2017, destinado à obtenção de vantagens ilícitas, por meio da prática de crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude às licitações, associação criminosa e sonegação fiscal”.
Os policiais prenderam os empresários Roberto da Conceição Valençuela, dono da R & C, e Ueverton da Silva Macedo, o Frescura, que foi candidato a vereador pelo PSD na última eleição. O ex-chefe do setor de execução e fiscalização de contratos do município, Tiago Basso da Silva, também foi detido e encaminhado para a Delegacia da Polícia Civil de Sidrolândia.
O Gaeco segue no encalço do empresário Ricardo José Rocamora Alves, que ainda não foi encontrado para o cumprimento de mandado de prisão.
Na quarta-feira (26), a prefeita Vanda Camilo (PP) determinou a rescisão unilateral dos contratos administrativos e cancelamento das atas de registro de preços celebradas entre o município e as cinco empresas investigadas pelo Ministério Público Estadual.
Também foram suspensos e serão revisados os processos administrativos ainda não homologados que tenham como vencedor as empresas R&C Comércio, Serviços e Manutenção LTDA-ME; 3M Produtos e Serviços LTDA; Rocamora Serviços de Escritório Administrativo EIRELI; Odinei Romeiro de Oliveira-ME; e Evertom Luiz de Souza Luscero EIRELI.