A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul negou, na tarde desta terça-feira (25), recurso dos réus e manteve o júri popular pelo assassinato do empresário Marcel Hernandes Colombo, o Playboy da Mansão. A corte manteve o julgamento do empresário Jamil Name Filho, dos guardas municipais Marcelo Rios e Rafael Antunes Vieira e do policial federal Everaldo Monteiro de Assis.
O relator dos recursos foi o desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques, que assumiu o posto de novo relator da Operação Omertà. Também votaram os desembargadores José Ale Ahmad Netto e Emerson Cafure. Este último substituiu o ex-presidente da corte, desembargador Carlos Eduardo Contar, que se declarou suspeito e deixou a relatoria da Omertà.
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Este deverá ser o segundo júri de Jamilzinho e de Rios, que foram condenados pela execução do estudante Matheus Coutinho Xavier no júri popular realizado na semana passada. O empresário foi condenado a 23 anos e seis meses por ser o mandante do assassinato, enquanto o guarda municipal pegou 23 anos.
Everaldo Monteiro de Assis tentou adiar o julgamento do recurso. O advogado Odilon de Oliveira argumentou que a prova principal, que o liga ao crime, o pen-drive rosa, foi descartado como prova pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande. Ele teria sido apreendido sem determinação judicial e não poderá ser usado como prova.
O ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça, Nefi Cordeiro, fez a defesa oral de Name Filho. Ele é considerado um dos destaques da defesa de Jamilzinho, que o contratou para se defender das acusações feitas na Operação Omertà.
O Playboy da Mansão foi executado a tiros no dia 18 de dezembro de 2018. O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, pronunciou os quatro pelo homicídio doloso. Conforme o magistrado, há indícios de que os quatro devem ir a julgamento por homicídio doloso, com os agravantes de motivo torpe e que dificultou a defesa da vítima.
O guarda municipal Rafael Antunes Vieira também vai a júri por ocultação da arma usada no crime.
O Playboy da Mansão teria sido executado a tiros de pistola por Juanil Miranda de Lima, acusado de ser o pistoleiro do grupo de extermínio chefiado por Jamil Name e Jamil Name Filho. Ele chegou na cachaçaria e efetuou os disparos, matando Marcel e ferindo Tiago do Nascimento Brito, de acordo com a denúncia.
Os réus ainda podem apelar contra a decisão da turma.