O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), negou ter mediado um encontro entre o ex-capitão da Polícia Militar, Paulo Roberto Teixeira Xavier, e o ex-vereador Alceu Bueno. O suposto encontro foi citado durante o interrogatório de Jamil Name Filho no júri popular pelo assassinato do estudante Matheus Coutinho Xavier, concluído na quarta-feira passada (19).
No entanto, o socialista admitiu contato com o poderosíssimo empresário Jamil Name, acusado de ser o chefe da organização criminosa. O octogenário morreu em junho de 2021 em decorrência das complicações da covid-19 e dois anos após ser preso na Operação Omertà.
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De acordo com o jornal Correio do Estado, “que conhecia Jamil Name, que ia na casa dele, mas que as conversas se resumiam em ‘programas filantropos e falavam de política’, jamais de negócios”.
A polêmica envolvendo Carlão foi contada no tribunal por Jamilzinho. O empresário contou que PX precisava vender uma chácara. O presidente do legislativo teria intermediado o encontro entre o então capitão da PM e Bueno.
Jamilzinho citou Carlão para demonstrar o nível de relacionamento que mantinha com as autoridades políticas de Campo Grande.
“Nunca intermediei nada”, garantiu o socialista, sobre o suposto encontro entre PX e Alceu Bueno. Ele garantiu que “não conhece” o pai do estudante morto brutalmente em 9 de abril de 2019. Ele também disse que jamais tratou do encontro entre os dois.
Pelo dito no depoimento, a conversa teria ocorrido entre PX e Alceu Bueno na casa de Jamil Name, pai de Jamilzinho. E também, que a conversa surtira efeito, pois Bueno teria dito ao Name pai que “não queria criar problemas”.
Bueno foi morto brutalmente em um latrocínio no dia 20 de setembro de 2016. Ele teve o corpo queimado e o carro foi encontrado destruído pelo fogo. Os acusados pelo crime foram condenados a mais de 20 anos de prisão.