A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, é contra a indicação do economista Márcio Pochmann para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Nos bastidores, segundo o jornal O Globo, a emedebista sul-mato-grossense tem detonado o petista e o acusa de ser “terraplanista econômico”.
Pochmann já presidiu a Fundação Perseu Abramo, do PT, o Instituto Lula e o IPEA (Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada). Ele teria sido indicado para o cargo por Paulo Okamoto, amigo pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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No entanto, conforme o jornal carioca, Simone é contra a indicação de Márcio para o IBGE porque considera que ele vai na contramão do seu trabalho na pasta. O atual presidente do IBGE é interino desde janeiro e deve ser substituído nos próximos dias.
Famoso como integrante da ala desenvolvimento entre os economistas, Pochmann poderia usar o IBGE para manipular dados, conforme boatos propagados nos jornais pelos assessores de Simone. A possível posse de Pochmann no IBGE é considerada “um desastre” no Ministério do Planejamento, segundo a turma de Simone.
“Para auxiliares de Tebet, uma eventual nomeação de Pochmann para o IBGE iria ‘na contramão de tudo o que foi feito no ministério desde o início do governo’”, diz a jornalista Malu Gaspar.
O temor é de que Pochmann transforme o IBGE no que virou o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) da Argentina. A instituição maquiou dados durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner para passar uma impressão de que as coisas não iam tão mal no país e manter a taxa de inflação anual em 10% ao ano.
A questão deve ser tratada em reunião nesta tarde de Simone com o presidente da República.