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    Por falta de assistência em MS, Luís Evódio viaja todos os meses para tratar o câncer no Paraná

    Sandra Luz, de PortugalBy Sandra Luz, de Portugal23/07/20234 Mins Read
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    Luís Evódio e a mulher Ione – ele aproveita todo o tempo para trabalhar no conserto de bicicletas (Arquivo pessoal)

    A legislação que regulamenta o SUS (Sistema Único de Saúde) garante universalidade e integralidade da assistência à saúde do brasileiro, mas essas duas premissas podem representar um desafio silencioso para os pacientes. É esse o caso de Luís Evódio Lopes Falcão, que aos 69 anos percorre de carro ou ônibus os 450,6 quilômetros que dividem Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, da cidade de Cascavel, no Paraná, em busca de tratamento para um câncer diagnosticado tardiamente após uma sucessão de sofrimentos. 

    Embora o SUS garanta o tratamento para vários tipos de câncer, nem sempre o paciente consegue receber no mesmo estado de residência, como é o caso de Luís, que já está na quinta cidade em busca de assistência médica. “Descobriram um câncer na próstata, mas aqui em Ponta Porã não tem tratamento e eu preciso ir até o Paraná”.

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    Até a chegada a Cascavel, Luís esteve, sem sucesso, em busca de tratamento em Dourados, Campo Grande e Barretos (SP), todas cidades distantes de Ponta Porã, onde a assistência também não lhe foi prestada.

    Em direção ao Paraná, as incursões já duram quase um ano, quando o quadro clínico de Luís agravou e ele foi orientado a buscar ajuda para continuar vivo. “Meu médico, de Campo Grande, pediu para ver os exames e disse que eu estava muito mal. Tentei tratamento em Barretos, porque não consegui em Mato Grosso do Sul, mas também lá em São Paulo não foi possível, por isso, me transferiram para Cascavel”.

    Luís e a mulher fazem rifas e empréstimos para garantir as contas

    Para Luís e a esposa Ione, as viagens representam elevado custo emocional e financeiro, mas indicam o desfecho para um problema iniciado em 2014, e agravado pela displicência dos profissionais de saúde que o atenderam em Ponta Porã e Dourados.

    “Eu tive uma infecção urinária em 2014, e não conseguia urinar. Para melhorar, colocaram uma sonda e, com ela, permaneci por quase dois anos”. O mecanismo para a urina era trocado a cada oito dias e, para isso, Luís percorria 333,9 quilômetros de Ponta Porã a Campo Grande.

    A cada viagem à Capital sul-mato-grossense, Luís assistia à deterioração da saúde física e financeira. Como é proprietário de uma oficina de bicicletas, precisa fechar as portas sempre que há necessidade de algum procedimento ou tratamento. Na tentativa de manter a subsistência, a família iniciou um ciclo de empréstimos e rifas para evitar o colapso financeiro.

    Um desses empréstimos ainda martela a cabeça de Ione, que assistiu de perto o descaso com que o marido foi tratado em Ponta Porã. “Pedimos emprestados R$ 1 mil para a consulta particular com o médico que inseriu as sondas, mas a saúde dele só piorou”, recorda a dona de casa.

    Má condução de tratamento agravou câncer em Luís

    Dois anos sucessivos com o suporte da sonda mascararam o agravamento do câncer, descoberto tardiamente e, para o qual, Luís precisou passar por uma cirurgia emergencial, no Hospital Evangélico de Dourados. “Em 2016, fiquei muito ruim e fizeram a cirurgia, mas não ficou boa a ‘raspagem’ e voltei a piorar”.

    Para além do diagnóstico tardio, a pandemia da covid-19 ajudou a retardar o tratamento e Luís foi alertado sobre a possibilidade de perder a batalha para o câncer. “Meu médico em Campo Grande pediu para ver meus exames e foi sincero, ele disse que gostaria de continuar a conversar comigo”.

    Luís recorda que, nem mesmo em Campo Grande conseguiu assistência e, quando foi direcionado ao Conc (Centro de Oncologia de Cascavel) diante da impossibilidade de ir a Barretos, sentiu apenas alívio. Já habituado à estrada, passou a contar com o apoio de amigos e conhecidos para chegar ao Paraná.

    Embora pudesse usar a solidariedade para o trajeto, nem sempre tinha a garantia de pouso, recordando que já precisou esperar na recepção do próprio hospital cascavelense para não ter acesso a hospedagem. “O hospital só garante a hospedagem para quem necessita de internação e, como eu vou e volto, só permaneço o tempo dos procedimentos”.

    As idas e vindas do Paraná estavam ocorrendo com o suporte das rifas, sendo a última a de uma cadeira de balanço de fitas. “O SUS pagou a última viagem, mas a alimentação é por minha conta, por isso eu viajo sozinho e, para que eu possa continuar o tratamento, vamos fazer mais uma rifa”.

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