Albertino Ribeiro
O mercado imobiliário de Londres foi entregue aos especuladores. Londrinos de classe média estão saindo da cidade para morar em cidades próximas e, mesmo assim, não conseguem fugir totalmente dos altos preços do aluguel residencial.
O pior ainda, os inquilinos não conseguem encontrar imóveis decentes para morar; muitas vezes existem apenas apartamentos com pouquíssimos cômodos e com problemas de infraestrutura, como mofo nas paredes e problemas no fornecimento de água.
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Segundo depoimentos de moradores, muitos apartamentos eram escritórios comerciais, que foram adaptados e, mesmo com esses problemas, custam, em média, 1.300 Libras esterlinas, o equivalente a R$ 8.000.
Devido a esta tragédia causada pela libertinagem mercadológica, muitas pessoas de classe média foram despejadas. Como resultado, alguns estão morando em furgões e os mais jovens voltaram a morar com seus pais.
Infelizmente, a Inglaterra, nos últimos anos, tem sido reflexo dos governos conservadores, que possuem enorme preconceito em relação a incursões do Estado na economia. Com isso, a construção de moradias sociais e programas de redução de déficit habitacional, como ocorrem no Brasil, são impensáveis.
Como eu canso de dizer nesta e em colunas anteriores, o conservadorismo econômico não é o maior problema daqueles que dirigem a economia de um país. Na verdade, o grande problema é o fanatismo de muitos que acham que o mercado é um ente perfeito e irretocável.
Até Adam Smith admitiu que existem imperfeições, que precisam ser corrigidas. Contudo, os liberaloides se arvoram e querem ser ” mais justos do que o rei”.
E notório, para quem não tem os olhos vendados, que a lógica interna do capitalismo é o excesso, e todo excesso precisa ser contido.
Ainda bem, que o Brasil se livrou de um grupo político, que tinha justamente esse tipo de proposta: o liberalismo fanático e desenfreado.
Dessa forma, a classe média brasileira – que tanto bate palma para o excesso de mercado – não corre o risco de morar em vans e caminhonetes.