A carne bovina está mais barata para o consumidor, com a costela já sendo comercializada a R$ 11,99 em Campo Grande. No entanto, pesquisa do Procon Municipal mostra variação de até 87,33% nos preços e reforça a suspeita dos produtores de que açougues e supermercados estão ampliando o lucro, evitando que a queda no valor da arroba chegue ao consumidor final.
Em relação ao mês de maio, conforme o órgão municipal, houve queda de até 16,67% no preço da carne bovina. A maior redução ocorreu no preço médio da costela mingua, que passou de R$ 21,31 para R$ 17,97 em dois meses. O músculo teve redução de 14,13%, de R$ 29,51 para R$ 25,34.
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A picanha teve redução de apenas 6,7% em dois meses, de R$ 66,27 para R$ 61,32. Contudo, o corte nobre, que virou um dos símbolos da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem a maior variação no mercado campo-grandense.
O supermercado São João vende o quilo da picanha a R$ 47,99. No entanto, caso não pesquisa, o consumidor poderá pagar até 87,33% mais caro pelo quilo na Casa da Linguiça, que comercializa o quilo a R$ 89,90. No Pão de Açúcar, o corte está em R$ 83,90.
Por outro lado, o menor preço do coxão mole é praticado pelo Pão de Açúcar, que o vende por R$ 33,90. O corte sai 26,78% mais caro na rede de supermercados Comper, onde o quilo custa R$ 42,98.
Já a carne de segunda está mais barata no Comper. A rede do Grupo Pereira estava vendendo o quilo da costela ripa e mingua a R$ 11,99, de acordo com o levantamento do Procon nos dias 19 e 20 deste mês. Já o maior valor encontrado para costela foi no São João e na casa de carne Boi de Ouro, onde o produto estava custando R$ 19,99. A diferença estava em 66,86%.
O preço da paleta tem variação de 65,11%. No Comper, o quilo da carne estava em R$ 19,98, enquanto no São João custava R$ 32,99.
“A carne é uma importante fonte de proteína que enriquece a refeição no dia a dia, foi constatado uma baixa significativa nos preços, mas na hora da compra é preciso atenção, pois em alguns comércios da capital os preços variam muito, por isso, é importante que os consumidores façam pesquisas antes da compra, pois poderão encontrar promoções pontuais nos estabelecimentos comerciais”, alertou o subsecretário de Proteção e Defesa do Consumidor, José Ferreira da Costa Neto.
O consumidor não é o único indignado pela queda no preço do boi no pasto não estar chegando no açougue. A Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) lançou uma campanha para baixar o produto na gôndola. Para o presidente da entidade, Guilherme Bumlai, houve redução no preço da arroba e no frigorífico. Ele suspeita que os supermercados e açougues estão ficando com a margem de lucro.
“Tem espaço para reduzir na gôndola, é possível fica mais barato”, avaliou Bumlai sobre o preço praticado nos supermercados. A pesquisa do Procon, ao mostrar que o preço quase dobra entre um supermercado e outro, reforça a suspeita de que alguém está lucrando mais em segurar o preço da carne nas alturas.