O presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Gilson de Barros, defendeu a retomada de obras de implantação de rodovias no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Ele destacou que a medida vai incluir o homem pantaneiro no século XXI. Devido ao risco de destruir a planície pantaneira, patrimônio natural da humanidade, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Jerson Domingos, suspendeu os empreendimentos na região.
Domingos acatou alerta da equipe técnica da corte fiscal de que havia risco de danos irreparáveis para o Pantanal. No total, foram suspensos 16 contratos, com investimentos de R$ 417 milhões e implantação de 608 quilômetros de rodovias.
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“As estradas têm um grande apelo ambiental. Vai facilitar a fiscalização e monitoramento do nosso bem natural pelos órgãos ambientais e a rápida ação dos bombeiros na prevenção e combate aos incêndios florestais, cuja operacionalidade é quase impossível”, disse Barros.
“Hoje quem sofre um acidente no Pantanal não tem socorro à noite e precisa rezar para não morrer à espera do avião no dia seguinte”, explicou, para defender a retomada as obras. Ele manifestou apoio durante reunião com o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Hélio Peluffo.
“Estradas são essenciais pelos fatores social, ambiental, turístico e econômico. Nossa gente vai ter mais cidadania com o básico, escolas e atendimento médico”, justificou o ruralista.
“A falta de acesso nos condena ao isolamento e dificulta a chegada de insumos e o direito de ir e vir das pessoas, principalmente na cheia”, contou Barros. “Hoje para ter acesso ao Porto do Alegre, um dos principais da região do Paiaguás, já na divisa com Mato Grosso pelo Rio São Lourenço, são mais de dois dias de viagem na lancha de Corumbá. Com as estradas, repito, o Pantanal terá seu desenvolvimento sustentável e humanizado”, previu.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) defendeu a retomada das obras. O tucano informou que o Governo encaminhou as explicações exigidas pelo TCE para conseguir a liberação dos empreendimentos.