O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, aceitou o pedido da advogada Cristiane Almeida Coutinho para atuar como assistente de acusação no júri dos acusados pelo assassinato do filho, Matheus Coutinho Xavier. Com isso, tanto o pai quanto a mãe do estudante participarão do “júri da década”.
O empresário Jamil Name Filho, o guarda municipal Marcelo Rios e o policial civil Vladenilson Daniel Olmedo vão a julgamento na próxima segunda-feira (12), em júri popular que deve durar cinco dias. O trio é acusado de participar do assassinato brutal de Matheus, 20 anos, ocorrido em 9 de abril de 2019.
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O aval do juiz para Cristiane Coutinho participar da acusação foi publicado na quarta-feira (12). Ela tem o registro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Mato Grosso e contou com a aprovação dos promotores de Justiça Luciana do Amaral Rabelo, Gerson Eduardo de Araújo e Moisés Casarotto.
Com isso, a mãe de Matheus pode solicitar perícias, acareações, busca e apreensão no processo. Também está apta a requerer perguntas às testemunhas, sempre depois do Ministério Público, e participar dos debates orais, segundo o Conselho Nacional de Justiça.
O pai do estudante assassinado, o capitão da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, também irá participar do júri popular, mas na condição de informante. Conforme as investigações, o policial seria o verdadeiro foco do atentado, mas seu filho acabou sendo morto por engano.
Como o julgamento é considerado o júri da década, o juiz Aluízio Pereira dos Santos determinou o reforço na segurança do Fórum de Campo Grande e dentro da sala do júri. Conforme lista disponibilizada nesta quarta, são 22 jurados no total, com três pedidos de dispensa e sete suplentes.
Em comunicado ao Tribunal de Justiça, o magistrado pediu a reserva de hotel por cinco dias, de 17 a 21 deste mês, para os jurados. Também estabeleceu que seja reservado o número suficiente de oficiais de Justiça para acompanhar os integrantes do tribunal do júri durante a hospedagem.
Marcelo Rios pediu a substituição da testemunha Carlos Freitas por Orlando Oliveira de Araújo, que está preso no Presídio Federal de Mossoró (RN). O magistrado aceitou trocar, mas condicionou à disponibilidade de videoconferência para participar do julgamento.
O Departamento Penitenciário Federal se prontificou a realizar a transferência dos réus Marcelo Rios e Jamilzinho para participarem presencialmente do júri popular. Olmedo já foi transferido para um presídio estadual e está detido no Presídio Masculino da Gameleira, em Campo Grande.