David Cloky Hoffamm Chita voltou às páginas policiais como um dos alvos da Operação 4º Eixo, deflagrada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (12). O despachante é acusado de participar do roubo da propina de José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco, caso que teve repercussão nacional e chegou a ser tema de reportagem do Fantástico, da TV Globo.
A Operação 4º Eixo cumpriu mandados de busca e apreensão nas cidades de Ponta Porã, Dourados e Campo Grande, em investigação de fraudes no Detran-MS. A casa de David, na Capital, foi um dos locais que recebeu a “visita” da polícia, mas não encontrou o despachante, segundo o site Campo Grande News.
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Além de David Hoffamam, são alvos da operação o ex-diretor da agência do Detran-MS em Ponta Porã, Renato de Oliveira Saad, um servidor da ativa do órgão de trânsito afastado pela Justiça e outros dois despachantes de Dourados, cujos nomes não foram revelados.
Em nota, o Detran-MS informou que a operação é mais um desdobramento do trabalho iniciado pela Corregedoria de Trânsito e posteriormente repassado à Polícia Civil.
Em uma das fases da operação, foi descoberto um esquema de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistemas de informação do Detran. Conforme as investigações, uma servidora de Bela Vista é suspeita de receber propina para a realização de transferências irregulares de veículos.
David Hoffamm Chita é réu pelo roubo da propina de R$ 300 mil do corretor de gado José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco, que ameaçava fazer delação premiada na época. Ele teria contratado os responsáveis por roubar o dinheiro.
O advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), foi denunciado após os sete réus e já foi julgado e absolvido pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande. Conforme a magistrada, não há provas de que ele foi o mandante do roubo da propina, como acusou o MPE.
O roubo dos R$ 300 mil ocorreu no dia 27 de novembro de 2017, quando um grupo cercou o comerciante Ademir José Catafesta na BR-262, que tinha sido enviado para receber o dinheiro, e roubou a propina e o veículo.
O plano deu errado quando o carro foi recuperado pelo Batalhão de Choque. Os policiais prenderam os integrantes da suposta quadrilha. Eles teriam confessado o roubo da propina.
O MPE denunciou sete pessoas: o sargento da Polícia Militar Hilarino Silva Ferreira, o Lino, o despachante David Cloky Hoffamam Chita, o pedreiro Luiz Carlos Vareiro, o músico Jozué Rodrigues das Neves, o Cezar Cantor, o autônomo Vinícius dos Santos Kreff, Fábio e Jefferson.