Albertino Ribeiro
É cada dia mais visível que o pensamento de extrema-direita está dominando à direita brasileira. Em pouco tempo, infelizmente, não haverá mais aquela direita civilizada que, embora pregasse o liberalismo econômico, não se comportava de forma irresponsável e obscurantista como temos visto nesses últimos anos.
É bem verdade, que a inelegibilidade de Jair Bolsonaro trouxe bons ventos à tão atacada democracia brasileira. Entretanto, não podemos baixar a guarda, pois o espectro do neofascismo ainda nos rodeia.
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A economia verde requer uma visão de longo prazo, que pressupõem investimentos públicos e políticas públicas, operando em parceria com a inciativa privada. Como fazer isso em um governo que reza a cartilha da atual direita brasileira, que não acredita no aquecimento global e, ao mesmo tempo, torce o nariz quando o Estado atua na economia, direcionando investimentos e regulando o mercado? É como água e óleo; não tem como dar certo.
O pensamento binário e obscurantista da nova – mas decrépita direita do Brasil -, não permite que seus defensores enxerguem nuances e tonalidades, características importantes para se construir um desenvolvimento sustentável. Ora, desenvolvimento econômico e desenvolvimento sustentável não são, necessariamente, opostos irreconciliáveis, porém no tico e o teco dos neoconservadores brasileiros, à moda Tio Sam, é algo inaceitável.
Uma política industrial voltada para uma economia verde demandará tempo e ajuda de organismos internacionais com investimentos, inclusive, para combater os crimes ambientais. O Fundo Amazônia, por exemplo, está de volta com um orçamento de R$ 5,4 bilhões, justamente porque o governo Lula, que tem um viés ambiental e de esquerda, se comprometeu em colocar o país das pindoramas na direção e sentido certos.
Entendo que, pelo menos nos próximos 10 anos, essa direita que aí está precisará ficar longe do poder executivo federal e, até mesmo, ficar longe do legislativo ou, pelo menos, sub representada naquele poder. Hoje, o Congresso brasileiro está permeado de gente ignorante e aloprada.
Destarte, o Brasil tem um futuro verde pela frente, mas não só de esperança, mas é algo concreto, um verde real, pois é a maior potência de biodiversidade do planeta. Não podemos perder esta nova oportunidade que a história está nos dando, de sermos uma nação desenvolvida. E fica um recado aos maus militares que ainda estão inconformados:
“Esquerda Volver!”