Mário Pinheiro, de Paris
Vladimir Putin, no intuito de desmilitarizar a Ucrânia e sob a acusação de que havia um depósito de nazistas, invadiu o país vizinho em fevereiro de 2022. Com a invasão chamada de “operação militar”, ele queria dar uma lição ao presidente ucraniano que desrespeitou o Protocolo de Minsk, de 2014, assinado por representantes da Ucrânia, Rússia e comissão europeia.
Mas o que mais dava raiva ao presidente russo era que a Ucrânia não dependia de sua adestração, nem de coleira, estava independente e voltado às atenções do ocidente. Se por lado Zelensky não tem coleira russa, de outro ele é adestrado pelos Estados Unidos.
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Depois da invasão russa, Volodimir Zelensky percorreu vários países aliados da OTAN e da Europa para pedir ajuda bélica e financeira e isso serviu como incentivo para que o patrão do grupo mercenário Wagner, Evgueni Prigojine, entrasse na batalha. O exército russo não possui a mesma formação de matadores implacáveis como a dos mercenários.
É sabido que ninguém conhece as promessas de Putin a Prigojine, mas depois de mais de um ano de guerra, o mercenário exigia armas e munições, porque segundo ele, as tropas russas estavam perdendo espaço e desertando o combate além de perdas humanas enormes. A milícia controla o porto no mar de Azofe, as cidades de Voroneje e Rostofe.
Os últimos acontecimentos do quiproquó entre Prigojine e o presidente russo azedaram o pirão. Distante da capital russa cerca de 600 quilômetros, ele e seus homens avançaram e no caminho haviam abatido um helicóptero e um avião russo.
A guerra civil estava em curso, as tropas se dirigiam, como prometido, para o Kremlim. Putin suava frio porque via diante de si um banho de sangue. O presidente russo estava sumido, protegido em seu bunker. Tanto Putin quanto Prigojine não são populares na Rússia, mas uma parte da população gritava o nome do raivoso mercenário.
Alexandre Lukachenko, presidente da Bielorussia, que, no entanto, detesta o presidente russo, mas é submisso e mantido pela coleira curta, teve a iniciativa de ligar ao revoltado Prigojine durante 30 minutos e oferecer exílio em Minsk.
A contrapartida para aceitar abandonar a investida contra Moscou era não ser perseguido e receber parte da bufunfa obtida pelo poder russo a partir das vitórias do grupo Wagner em países africanos. Prigojine queria o poder, gritava em seus vídeos que a corrupção de Putin não podia continuar. Seu discurso era que o sistema estava carcomido pela roubalheira do presidente.
Enquanto Prigojine avançava para Moscou com a promessa de realmente matar os militares e tomar o poder, o presidente russo estava seguro em seu bunker. Mas as tropas de Prigojine pararam quando o presidente da Bielorussia teve a paciência de falar com ele sem retrucar com palavrões usados pelo chefe da milícia.
Vladimir Putin se sentiu enfraquecido e humilhado pelas ofensas e ameaças recebidas, mas o recuo de Prigojine levanta a moral de Putin. Os inimigos de Putin sempre acabam envenenados ou jogados pela janela.
O golpe não deu certo, a guerra civil não funcionou. No Brasil foi igual. Teve destruição de bens públicos, os traidores da pátria viraram réus e o capítulo é longo. Quem colaborou, espalhou armas, fomentou atentados, quebradeiras, mentiras e disseminação do ódio em nome da milícia do crime, cantando e vociferando o hino nacional vestidos de amarelo pagarão.
Diferente de Putin, o presidente brasileiro acredita numa política social justa, digna, capaz de desarmar aqueles que investiram e tudo deram para descreditar a democracia.