Em Mato Grosso do Sul, as lideranças bolsonaristas reagiram com indignação, tristeza e com duras críticas ao Poder Judiciário pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como “ditadura da toga”, “tribunal político” e “ditadura”. Já os petistas e ex-aliados festejaram com frases como “grande dia”, “dia histórico” e “ninguém está acima da lei”.
Pelo placar de 5 a 2, o Tribunal Superior Eleitoral condenou Bolsonaro a inelegibilidade por oito anos por abuso de poder ao propagar informações falsas na reunião com os embaixadores no ano passado.
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Principal estrela do bolsonaristmo no Estado e cotada para suceder Bolsonaro como candidata a presidente em 2026, a senadora Tereza Cristina (PP) foi diplomática, econômica nas palavras e lacônica na mensagem. “É difícil não lamentar a inelegibilidade de Bolsonaro. Ele foi a escolha de 58 milhões de brasileiros em 2022. A decisão de hoje não anula sua liderança”, tuitou a ex-ministra da Agricultura.
O deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) foi mais contundente na crítica. “O Brasil se entristece hoje. Um presidente honesto, comprometido com a nação, que sempre respeitou a Constituição, contra um judiciário que censura e persegue”, lamentou o progressista.
“Vergonha da ditadura da toga, que protege corruptos e rotula inocentes. Existe esperança? Sempre é hora de despertar 🇧🇷”, postou o deputado, ressuscitando um tema caro ao bolsonarismo, a suposta ditadura do Poder Judiciário brasileiro.
Candidato a governador no ano passado, o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) também cutucou os ministros do Tribunal Superior Eleitoral pela condenação do ex-presidente. “Zero surpresa: um tribunal político servindo cegamente àqueles que o aparelharam. Aqui na BRAZUELA, só apertando o ‘RESET’ mesmo”, criticou o político.
Campeão de votos no ano passado, o deputado federal Marcos Pollon (PL), comparou a decisão a adotada por outros países de esquerda. “Na Nicarágua a ditadura tornou inelegíveis todos os opositores! Na Venezuela a ditadura torna inelegível hj a maior opositora de Maduro! No BR, segundo Dilmo a democracia é relativa! Realmente, nunca foi tão relativa!”, ironizou.
O deputado estadual João Henrique Catan (PL) também acusou os juízes de serem partidários. “O Poder Judiciário que deseja tornar o Presidente Bolsonaro ‘inelegível’ são aqueles caras que foram advogados do PT ou do PSDB antes se tornarem Ministros por indicações pessoais e contaminadas de inveja daquele que derrotou todos estes partidos, usando um discurso de Deus”, afirmou o parlamentar, voltando a citar a fé, uma das marcas da campanha do bolsonarismo.
O vereador Tiago Vargas (PSD), que também foi considerado inelegível pela Justiça Eleitoral, solidarizou-se com Bolsonaro. “ORGULHO DE ESTAR AO SEU LADO Jamais esqueceremos tudo o que você fez pelo Brasil 🇧🇷 Presidente Bolsonaro. Inelegível pelo sistema, mas será sempre elegível pelo povo!”, tuitou.
Os adversários festejaram a sentença do TSE. Eleita com o apoio de Bolsonaro em 2018, a senadora Soraya Thronicke (Podemos) foi uma das mais contundentes na crítica ao ex-aliado. “Ninguém está acima da lei! Hoje a justiça cassou os direitos políticos de Bolsonaro, o homem que joga fora das tais 4 linhas, que mente e manipula pessoas de boa-fé”, detonou a parlamentar.
“18/7/22 foi tb uma tentativa de encontrar apoio externo para o golpe”, afirmou. “Na verdade ele foi condenado como inelegível por 8 anos, e a partir de agora outras processos serão concluídos, dentre eles muitos que tratam de corrupção. Não há perseguição política, o que existe é responsabilização pelo atos cometidos”, avaliou Soraya, saindo em defesa dos ministros do TSE.
Uma das principais críticas da política negacionista de Bolsonaro na CPI da Covid-19, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, celebrou a condenação do ex-presidente. “A democracia é inegociável. Dia histórico, o TSE fez justiça!”, afirmou a ex-senadora, que citou ainda a música “Eu vejo a vida melhor no futuro…”, de Lulu Santos.
A deputada federal Camila Jara (PT) postou uma dancinha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e marcou: “Quem poderia imaginar o Brasil sextando assim, hein”, provocou a petista, em clima de festa. “Grande dia, Bolsonaro inelegível”, ressaltou.
Candidato a senador no ano passado, o advogado Tiago Botelho (PT), também aproveitou para celebrar a decisão da Justiça Eleitoral e aproveitou para alfinetar Bolsonaro. “Cada um colhe o que planta. Bolsonaro chamou mulher de fraquejada e negro de arroba, pois bem, uma ministra mulher e um ministro negro acabam de o tornar inelegível. A vida devolve!”, concluiu o petista.