Apesar de estar sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, o conselheiro Waldir Neves Barbosa, do Tribunal de Contas do Estado, não vem sendo localizado pela Justiça sobre ação que cobra a devolução de R$ 102 milhões. O oficial de Justiça o procurou três vezes, mas o ex-presidente da corte fiscal não estava em casa.
Indignado pelo fato do conselheiro, que está afastado do cargo desde 8 de dezembro do ano passado, o advogado Ênio Martins Murad representou contra o conselheiro na Procuradoria-Geral da República e no Superior Tribunal de Justiça.
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Em decorrência da Operação Terceirização de Ouro, na qual foi denunciado pelos crimes de corrupção e fraude à licitação, junto com o conselheiro Iran Coelho das Neves, Waldir vem sendo monitorado eletronicamente para garantir o cumprimento das medidas cautelares, como não manter contato com funcionários e investigados, não frequentar o TCE nem se ausentar sem aval da Justiça.
No entanto, o conselheiro não foi localizado em casa pelo oficial de Justiça nos dias 6, 14 e 16 deste mês. A 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos procura notificar o conselheiro para se defender na ação popular proposta por Murad, na qual pede a restituição dos valores pagos à Dataeasy Consultoria e Informática.
“Assim, comprova-se por meio do anexo documento postal que o Conselheiro Waldir Neves Barbosa não está sendo encontrado pela JUSTIÇA DE MS para receber citação inicial referente ação popular que envolve o caso em testilha, indicando que esse não está na comarca, portanto descumprindo com as regras do monitoramento”, acusou o advogado, em comunicado encaminhado a Brasília.
Ele chega a pedir a prisão do conselheiro. No entanto, Waldir Neves Barbosa chegou a ter aval da Justiça para retirar a tornozeleira, no final do ano passado, para a realização de exames médicos e uma cirurgia em São Paulo.